É de fácil comprovação que o brasileiro, atualmente, encontra-se muito ansioso em todos os aspectos. Seja na vida pública ou privada.
No trânsito, anda veloz e ultrapassa semáforos vermelhos, procura o acesso mais próximo mesmo que utilizando de faixa proibida e na contramão; na vida, almoça em pé, mastiga pouco o alimento, que contorça o estômago.
Citando os pequenos exemplos em alusão, vejo que na política partidária não tem sido diferente, e como tal, já abordei o assunto preteritamente através do Portal Opinião.
O desejo de antecipar o pleito eleitoral de 2024 para o momento atual não tem sentido e causa muitos prejuízos às articulações que devem ocorrer em momento adequado, sem atropelar o devido processo e as gestões em curso.
Trago novamente o tema à discussão, vez que tem sido regra o lançamento de candidaturas precoces às eleições do próximo ano, com o surgimento de nomes e sobrenomes numa espécie de recados para um e para outros, através de blogs, jornais, emissoras, onde existem nos comentários diversos elogios e críticas aos supostos concorrentes.
Veja que o lançamento precoce de candidaturas ao Palácio da Abolição, no início de 2022, levou ao maior racha entre bons companheiros na história recente no Estado do Ceará.
Em que pese a foto inicial do então Governador Camilo Santana e de mais quatro pré-candidatos aquela sucessão tivesse a intenção de pacificação, na prática e nos bastidores as crises e debates acalorados os separou quase que definitivamente, vez que o ajuntamento do grupo ainda não foi formalizado.
A quem diga que a foto foi de fato um maravilhoso gesto, embora a gaiatice cearense faça registro que as lideranças estavam todas com “as mãos nas costas”.
Enfim, se o retrato mostrou união, as mãos na prática disseram não.
Pois bem. Agora resta-nos esperar as águas de março do ano vindouro, que é o período adequado para o debate plural que se deseja e, por conseguinte, dirigido ao bem comum da sociedade cearense, quiçá, de Fortaleza de José de Alencar e de Iracema dos lábios de mel.
Fabrício Moreira da Costa
Advogado e contista
