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Médicos cearenses reforçam luta em defesa da ciência e do SUS em evento pelos três anos do Coletivo Rebento

Médicos e médicas do Coletivo Rebento realizaram, na noite da última quarta-feira, 7, no Pirata Bar, na Praia de Iracema, em Fortaleza, evento comemorativo aos três anos do grupo, que surgiu no começo da pandemia com a missão de defender a vida, a ciência, a ética, o SUS.

O coletivo atua em defesa das melhores práticas médicas baseadas na ciência, da vacinação, da credibilidade na comunicação social sobre saúde, do SUS com financiamento adequado, do direito universal à saúde pública e à justiça social, no combate ao negacionismo e às “fake news”, na denúncia das práticas, omissões e decisões que levaram a mais de 700 mil vítimas fatais no Brasil durante a pandemia.

A festa de três anos do Coletivo Rebento foi aberta ao público em geral, não somente aos médicos. O público foi convidado a levar um quilo de alimento não perecível para contribuição a quem mais precisa, através do GT Assistencial do Coletivo Rebento.

Na ocasião, além da confraternização entre os médicos e médicas integrantes do Coletivo e representantes de movimentos sociais, associações, instituições com perfil de luta, parlamentares, lideranças em geral, o público desfrutou shows de Paola Tôrres e Banda Fulô (com Jefferson Portela, Paulinho Lima e Micaela Gomes), da Banda Rebento (formada por médicos e médicas do Coletivo) recebendo como convidados Edinho Vilas Boas e Rodger Rogério, mestres da música do Ceará.

Edinho Vilas Boas interpretou canções de Rita Lee, e Rodger Rogério, 79 anos, cantou clássicos de sua autoria que marcaram a geração do “Pessoal do Ceará”. A Bateria Indomável foi o último grupo convidado da noite, encerrando o evento com muito samba, com os estudantes de Medicina da Famed-UFC e a professora Mariana Vale tocando juntamente com a Banda Rebento.

A Banda Rebento é formada por Ricardo Coelho (pneumologista) e Maria Novais (anestesiologista) nos vocais principais, Marcos Flávio (urologista) na guitarra, Leonardo Bezerra (ginecologista) no contrabaixo, Marcos Rabelo (otorrinolaringologista) no cavaco, Henrique Sá (pediatra) nos teclados, Marcelo Jacó (pneumologista) na bateria, Daniel Holanda (gastroenterologista) na percussão e Ângela Holanda (pediatra) nos vocais de apoio. O grupo recebeu muitos e muitos aplausos, diante da performance de muita superação e simpatia, ao longo de um repertório de nada menos que 25 músicas, entre clássicos do rock, do samba e outras canções.

Depoimentos

Entre os shows de Paola Tôrres e da banda Rebento, o momento de falas da noite despertou emoção e muita indignação contra as escolhas erradas de políticas pública da gestão federal anterior, que levaram a centenas de milhares de mortes evitáveis de brasileiros e brasileiras.

A médica Liduína Rocha, do Coletivo Rebento, coordenou emocionada esse momento, lendo um texto impactante elaborado por ela e convidando a médica Beatriz Andrade, também do coletivo, a prestar uma emocionante homenagem a Manoel Martins Neto, médico falecido em 2019 e querido por todos e todas do coletivo. Com imagens projetadas no telão ao lado do palco, Manoel Martins Neto recebeu muitos aplausos.

O médico Leopoldo Albuquerque, também do coletivo, fez a fala mais impactante e emocionada da noite, ao relatar os cuidados com os pais, durante a pandemia, e ao relembrar como sua mãe foi vitimada pela Covid-19 um dia antes da data marcada para ser vacinada. “Se a vacina tivesse chegado 30 dias antes, minha mãe estaria aqui na festa conosco”, disse, ressaltando não perdoar figuras como Pazuello, Queiroga e o ex-presidente da República pelas escolhas da necropolítica, que custaram tantas e tantas vidas.

A jornalista Ana Rute Ramires deu um depoimento em nome dos profissionais de imprensa, enfatizando a luta para buscar de dia, de tarde, de noite, de madrugada, informações corretas e com base na ciência, recorrendo inúmeras vezes a fontes do Coletivo Rebento. A jornalista destacou as dificuldades do período da pandemia, em que era preciso lutar para obter informações comprovadas e também para combater as inúmeras “fake news”.

Bárbara Monte também emocionou a todos ao falar representando a Articulação de Apoio à Orfandade pela Covid-19 e detalhar a luta por assistência para crianças e adolescentes que perderam seus pais e tiveram a vida desestruturada, das tarefas mais básicas às questões mais representativas.

Arte, cultura e saúde pública

O Coletivo Rebento expressa através da sua banda e do seu coral a ligação entre saúde pública, cultura e arte, que integram de forma permanente as manifestações do grupo. O Rebento também lançou um livro com relatos sobre o combate à pandemia de Covid-19 no Ceará e realizou inúmeras manifestações, nas ruas e nas redes, de denúncia sobre a falta de seriedade no combate à doença, no Brasil.

Escolhas equivocadas que custaram a vida de centenas de milhares de brasileiros e brasileiras. Mortes que poderiam ter sido evitadas, se não tivesse havido no plano federal um constante boicote às medidas de controle da pandemia, incluindo minimização dos riscos, insultos aos doentes e familiares, combate ao uso de máscara, ao distanciamento social e demora injustificável na compra das vacinas.

Mais sobre o Coletivo Rebento

O Coletivo Rebento/Médicos em Defesa da Ética, da Ciência e da Vida, de Fortaleza-CE, foi fundado em maio de 2020 e realiza um trabalho de contribuição à informação cientificamente comprovada, ao debate público sobre a pandemia de Covid-19 e seus efeitos, à defesa de ampla vacinação, de proteção da vida, de isolamento social e outras ações de apoio à população. Um contraponto ao negacionismo, à divulgação de “fake news” e medicamentos ineficazes, à falta de seriedade contra a pandemia, denunciando as consequências das escolhas erradas de políticas públicas para o agravamento da pandemia e a grande quantidade de mortes evitáveis no Brasil.

Repórter Ceará

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