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Chacina do Curió: quatro PMs são condenados a mais de 1.100 anos de prisão após seis dias de julgamento

O Tribunal do Júri condenou, após seis dias de julgamento, os primeiros quatro policiais militares réus pelas mortes de 11 pessoas na Cachina do Curió. A informação é do Diário do Nordeste.

A decisão de condenar os PMs foi tomada pelos jurados no fim da noite desse sábado, 24, após os debates entre acusação e defesa, leitura de quesitos e votação, que durou 13 horas. O veredito saiu na madrugada deste domingo, 25. O Colegiado de juízes confeccionou a sentença estipulando as penas, que foram de mais de 1.100 anos no total, e o regime de cumprimento. Cabe recurso.

Os condenados foram Wellington Veras Chaves, Ideraldo Amâncio, Antônio José de Abreu Vidal Filho e Marcus Vinícius Sousa da Costa. Antônio Abreu está nos Estados Unidos e permanece solto. Os demais foram levado para o Quartel da PM no Centro de Fortaleza, onde aguardarão recursos da decisão.

As penas

Todos foram condenados a 275 anos e 11 meses de prisão, cada, por 11 homicídios, três tentativas de homicídios e quatro crimes de tortuta. As penas começarão em regime fechado, não podendo, nenhum dos quatro, recorrer da decisão em liberdade. Além disso, também foram condenados a perda do cargo de PM.

No caso de Antônio Abreu, como está nos Estados Unidos com a esposa, os juízes determinaram que ele seja incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.

O Colegiado de juízes que confeccionou a sentença e estipulou as penas e o regime de cumprimento é formado pelos magistrados Marcos Aurélio Marques Nogueira, presidente do colegiado e titular da 1ª Vara Júri; Adriana da Cruz Dantas (da 17ª Vara Criminal) e Juliana Bragança Fernandes Lopes (Vara Única da Comarca de Guaraciaba do Norte).

Os magistrados ainda informaram que o vizinho de um dos PMs, que prestou depoimento durante o júri, seja denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) pelo crime de falso testemunho.

A defesa dos quatro PMs informou, ainda no plenário, que recorrerá da decisão.

A condenação e a investigação

Com a condenação, fica acolhida a tese de que os agentes de segurança estiveram na região da Grande Messejana e participaram da chacina. Para acusação, provas “os colocaram no local dos fatos”, apesar da negativa dos réus e da defesa.

As provas foram coletadas a partir de uma investigação criteriosa iniciada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e posteriormente coordenada pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI), vinculada à Controladoria Geral de Disciplina (CGD) e Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), que juntou elementos como imagens de câmeras de segurança, sinais de torres de celular, depoimentos e laudos técnicos. Todo esse acervo probatório ajudou com que os jurados acatassem a tese da acusação.

Segundo a denúncia do MPCE, assinada por 12 promotores de Justiça, os PMs Wellington Veras Chaves, Ideraldo Amâncio, Antônio José de Abreu Vidal Filho são acusados de participar dos crimes e ainda adulterar placas de seus veículos para não serem flagrados na região. Já Marcus Vinícius, dirigia um veículo avistado nas imediações de onde um adolescente foi retirado de um ônibus e executado.

Repórter Ceará

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