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Um remédio muito antigo

A famosa ‘Píula do Mato’, ou Pílula do Mato, composta de cabacinha e batata de purga, era indicada como analgésico, anti-inflamatório, diurético e laxante. Seu nome original era Pílula do Mattos, tendo em vista que foi criada pelo cirurgião Francisco José de Mattos, que atuou em Quixeramobim no século XIX. Natural de Aracati, viveu entre 1810 e 1876. Em 1836, conseguiu licença junto ao Protomedicato do Recife para exercer a cirurgia, através de Carta Imperial de 31 de janeiro. Dez anos depois passou a fabricar as pílulas que levaram seu nome.

Foi deputado provincial por três mandatos, membro da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e presidente da Câmara Municipal de Quixeramobim. Atuou no combate a epidemia de cólera que atingiu Quixeramobim em 1862, protagonizando disputa ferrenha com o vigário local – Pe. Antônio Pinto de Mendonça -, quando o cirurgião acusava o padre de não ministrar a extrema unção aos enfermos e o padre acusava o cirurgião de desviar os recursos enviados pelo Governo da Província do Ceará, que ao invés de serem distribuídos para os pobres estavam sendo entregues aos donos de escravos.

Faleceu em Baturité, em 1876, mas seu legado continuou através do filho Joaquim D’Alencar Mattos, que além de prosseguir fabricando a Pílula do Mattos, desenvolveu outros remédios naturais e chegou a representar o Brasil na Exposição Internacional de Turim, na Itália, em 1911.

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