A guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas tem sido marcada pela escalada da violência. Nessa terça-feira, 17, o conflito ganhou novos tons de barbárie. Um hospital na Faixa de Gaza foi atingido por um foguete e, de acordo com autoridades palestinas, mais de 500 pessoas morreram, sendo a maior parte mulheres e crianças.
Em paralelo, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu adiar uma reunião marcada para essa terça, em que seria deliberada uma resolução para frear o conflito. A decisão ocorreu após o bombardeio ao hospital, mas não foi informado se haveria relação entre as duas situações.
As autoridades palestinas acusam nominalmente o governo de Israel pelo ataque ao hospital. Desde o último dia 7/10, quando o grupo radical Hamas atacou Israel, o país tem promovido ataques aéreos contra a Faixa de Gaza.
Pouco depois de o hospital ser atingido, as Forças de Defesa de Israel (FDI) emitiram comunicado em que negam relação com o bombardeio, que poderia configurar um crime de guerra. “A inteligência de múltiplas fontes que temos em mãos indica que a Jihad Islâmica é responsável pelo lançamento fracassado do foguete que atingiu o hospital em Gaza”, afirmou.
Nesta quarta-feira, 18, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chega a Israel para um encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ele se encontraria, na Jordânia, com representantes da Palestina, Jordânia e do Egito, que cancelaram o encontro, após o hospital ter sido atingido.
O governo dos Estados Unidos tem defendido o direito de Israel de retaliar a ação do Hamas com bombardeios na Faixa de Gaza.
Reação internacional
Mesmo em meio à dúvida de quem seria o responsável, o bombardeio ao hospital gerou uma série de condenações internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do X (antigo Twitter), condenou o ataque ao hospital.
“A OMS condena veementemente o ataque ao Hospital Al Ahli Arab, no norte da Faixa de Gaza. O hospital estava operacional, com pacientes, profissionais de saúde e prestadores de cuidados e pessoas deslocadas internamente abrigadas. Os primeiros relatórios indicam centenas de mortos e feridos”, observou.
A OMS ainda destacou que o hospital era um dos 20 sob ordem de desocupação. Na última sexta-feira, 13, as Forças de Defesa de Israel determinaram que todos os civis da área deixassem o norte da Faixa de Gaza. A ONU alertou, porém, ser impossível esse deslocamento sem “consequências humanitárias devastadoras”.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) acompanhou a OMS e repudiou o bombardeio. “Nós pedimos que seja garantida proteção a todos os civis, incluindo crianças e a infraestrutura em que elas possam confiar. Nós precisamos de um cessar fogo imediato e acesso humanitário”, disse.
Também se manifestaram em repúdio ao bombardeio ao hospital chefes de Estado como o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau; e o presidente da França, Emmanuel Macron.
Repórter Ceará – Metrópoles