No cenário político brasileiro, a interseção entre tecnologia e democracia tornou-se uma temática central, principalmente com a proximidade das eleições de 2024. O uso incontrolável da Inteligência Artificial (IA) nas campanhas eleitorais e na disseminação de informações tem gerado preocupações sobre a integridade do processo democrático.
No último dia 4 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levantou uma bandeira importante ao defender a cassação de candidatos que façam uso da IA para espalhar notícias falsas durante as próximas eleições. A proposta visa combater uma das ameaças mais relevantes para a democracia: a manipulação da opinião pública por meio de informações inverídicas.
A capacidade da tecnologia em analisar padrões de comportamento e criar mensagens personalizadas pode ser explorada de maneira maliciosa para influenciar a percepção dos eleitores. A divulgação de fake news por meio da IA representa um desafio complexo para as autoridades eleitorais e para a sociedade como um todo.
As instituições responsáveis pela condução das eleições precisam atuar proativamente na implementação de medidas que garantam a transparência e a integridade do processo. Isso inclui a adoção de tecnologias de verificação de informações, a conscientização da população sobre os riscos da desinformação e a criação de mecanismos eficazes de fiscalização das práticas eleitorais.
As eleições de 2024 representam um marco importante para o futuro da democracia brasileira. É preciso estabelecer um diálogo contínuo entre o poder público, a sociedade civil e as empresas de tecnologia para colaborar na formulação de políticas que conciliem a inovação tecnológica com a preservação da democracia. Somente por meio da cooperação entre esses diferentes setores será possível buscar soluções para os riscos associados ao uso indevido da IA, assegurando que as eleições sejam um reflexo genuíno da vontade popular e preservando os princípios fundamentais da democracia.
Foto – Ilustração: Brum