A Prefeitura de Fortaleza, sob a gestão do prefeito José Sarto (PDT), vem sendo alvo de críticas por suas prioridades de gastos públicos. Em um momento em que a cidade enfrenta diversos problemas, como a falta de insumos nos postos de saúde e a violência urbana, o governo municipal decidiu investir pesado na realização da maior festa de Réveillon do Brasil.
O evento, que terá duração de três dias e contará com atrações nacionais e internacionais, terá um custo estimado de mais de R$ 10 milhões. Esse valor é equivalente a cerca de 10% do orçamento anual da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que é responsável pela gestão dos postos de saúde da cidade.
A falta de insumos nos postos de saúde é um problema recorrente em Fortaleza. De acordo com dados da SMS, em 2023, houve falta de medicamentos na maioria dos postos da cidade, como o próprio prefeito reconheceu. Isso prejudica o atendimento a pacientes com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, por exemplo.
Além da falta de insumos na área da saúde, a cidade também enfrenta problemas de violência urbana e de infraestrutura. Em 2023, Fortaleza registrou um aumento de 10% nos homicídios em relação ao ano anterior. Esse crescimento da violência é preocupante, pois pode elevar a sensação de insegurança da população, inclusive, em eventos culturais e shows públicos. Em relação à infraestrutura, obras como as do Vila do Mar, já contam com quatro anos de atraso.
Diante disso, a decisão da Prefeitura de Fortaleza de priorizar os investimentos no Réveillon é questionável. É importante que o governo municipal repense suas prioridades orçamentárias. O dinheiro dos contribuintes deve ser usado para atender principalmente às necessidades básicas da população, como saúde, educação e segurança. É válido considerar alternativas que conciliem a promoção de eventos culturais com o atendimento das demandas básicas, buscando o equilíbrio entre lazer e necessidades essenciais.
Foto: Prefeitura Municipal de Fortaleza