Aposto que, ao visualizar cada um desses partidos, você lembra de figuras específicas representando cada um deles, provavelmente há muitos anos. Acertei?
Uma reportagem publicada no jornal O Povo trouxe novamente à tona um tema que há muito vem sendo discutido: a existência de “donos” nos partidos políticos brasileiros. São políticos que, por meio de sua influência e poder, controlam as decisões dos partidos e garantem que seus aliados ocupem cargos de alto escalão.
Essa prática contribui para a perpetuação dos mesmos políticos no poder eleição após eleição. Eles têm acesso a recursos públicos, que podem ser usados para financiar suas campanhas eleitorais e para fazer novas alianças. Além disso, eles têm controle sobre as máquinas partidárias, que podem ajudar na vitória de seus candidatos.
Dessa forma, os partidos políticos têm se transformado em um negócio lucrativo. Os políticos que ocupam cargos públicos recebem altos salários e benefícios, tornando os partidos um alvo atraente para pessoas que buscam enriquecimento pessoal. Isso pode levar a uma situação de impunidade e de falta de transparência na política.
E, assim, o poder vai ficando concentrado nas mãos de um pequeno grupo de pessoas capazes de controlar as decisões e de garantir que seus interesses sejam atendidos, levando a uma situação de desigualdade e de falta de representatividade da população. Podemos analisar isso como um reflexo da crise da democracia brasileira. A falta de confiança da população na política abre espaço para a atuação de pessoas que buscam permanecer no poder a qualquer custo.
Para uma mudança real, seria preciso adotar medidas que combatam a concentração de poder nos partidos políticos e a corrupção, como uma reforma política que preveja o financiamento público de campanhas eleitorais, com controle social; maior transparência na gestão dos partidos políticos; e maior punição para os políticos corruptos. Seria possível?
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