Ainda mais preocupados com a viabilidade e a resiliência de suas empresas no longo prazo do que no ano passado, os CEOs no Brasil e no mundo já dão passos importantes para reinventar seus negócios e garantir a prosperidade.
Esse é um dos destaques da 27ª Global CEO Survey – 2024, realizada com mais de 4.700 líderes empresariais em todo o mundo, incluindo o Brasil. Na edição do ano anterior, 33% dos CEOs brasileiros (39% no mundo) não acreditavam que suas empresas seriam viáveis por mais de uma década se mantivessem o mesmo rumo. O imperativo da reinvenção chamou a atenção dos líderes: ao preverem a magnitude das transformações iminentes em diversas áreas, eles concluíram que suas abordagens precisavam ser mais ousadas hoje e no futuro.
A pesquisa de 2024 mostra que os CEOs, mesmo após iniciarem mudanças importantes, estão ainda mais preocupados com a continuidade de seus negócios. Embora estejam mais otimistas em relação ao crescimento econômico global do que no ano passado, 41% dos respondentes no Brasil (45% no mundo) continuam sem acreditar que suas organizações sobreviverão por mais de dez anos se mantiverem o rumo atual – um aumento de oito pontos percentuais no Brasil e seis no mundo.
Outros destaques:
• O impulso da reinvenção ganha força. Os CEOs esperam que a tecnologia, as mudanças climáticas e outras megatendências que afetam os negócios no mundo exerçam mais pressão nos próximos três anos do que nos cinco anteriores.
• Os CEOs preocupados com a sobrevivência de suas empresas são os que mais adotam medidas para reinventar seus modelos de negócio. Já os CEOs das pequenas empresas tendem mais a sentir a viabilidade ameaçada.
• Os líderes percebem grandes ineficiências em várias atividades cotidianas – desde reuniões de tomada de decisão até trocas de e-mail. No Brasil e no mundo, eles consideram ineficiente cerca de 40% do tempo gasto nessas tarefas. Uma estimativa conservadora do custo dessa ineficiência no mundo equivaleria a um imposto voluntário de US$ 10 trilhões sobre a produtividade.
A Inteligência Artificial generativa – que, para 66% dos CEOs no Brasil (59% no mundo), deve aumentar a eficiência – pode aliviar alguns entraves de rotina.
• 34% dos CEOs no Brasil (41% no mundo) relatam ter aceitado taxas de retorno menores para investimentos favoráveis ao meio ambiente do que para outros investimentos – tolerando até seis pontos percentuais a menos, no caso dos brasileiros. Isso é uma clara evidência de que existem CEOs dispostos a fazer concessões importantes para reforçar a sustentabilidade de seus negócios.
• Ao mesmo tempo, os CEOs afirmam que, de um ano para outro, no máximo 20% dos recursos (financeiros e humanos) da empresa são realocados para diferentes áreas, projetos ou iniciativas. A relação entre realocação de recursos, reinvenção e desempenho financeiro revelada pela pesquisa indica que é preciso remanejar recursos mais agressivamente para alcançar o sucesso.
Os riscos são altos, mas os CEOs reconhecem a urgência das mudanças e a necessidade de gerar resultados sustentáveis para os stakeholders e a sociedade. Para esclarecer quais são os desafios e as oportunidades associadas à transformação mais profunda dos negócios, organizamos a edição deste ano em três seções:
• O imperativo da reinvenção: a situação da economia e a apreensão dos CEOs em relação à viabilidade de longo prazo de seus modelos de negócio.
• Transformação vital iminente: o status de duas megatendências – mudanças climáticas e disrupção tecnológica (exemplificada aqui pela IA generativa) – que tendem a impulsionar ainda mais reinvenção.
• Seu roteiro de reinvenção: iniciativas essenciais que as empresas podem adotar para estimular a reinvenção contínua.