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Ética e propaganda política: entre influenciadores e migalhas

A desatenção com as emissoras do interior, como acontece aqui no Ceará, revela a disparidade no acesso a recursos e oportunidades

Foto: O Globo

Os prefeitos das maiores capitais do país turbinaram os gastos com publicidade de suas gestões. Todas são chefiadas por prefeitos que vão tentar a reeleição. Fortaleza, sob o comando de José Sarto (PDT), colocou mais R$ 32,2 milhões na divulgação das atividades da prefeitura, cujo orçamento está agora em R$ 94,8 milhões, um aumento de mais de 50%.

Observamos o que está acontecendo no marketing digital de João Campos (PSB), prefeito de Recife, e a monetização de conteúdo exclusivo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), aproveitando uma brecha na legislação eleitoral. Essas ações demonstram a crescente profissionalização da comunicação política, mas levantam questões sobre o uso de recursos públicos e a influência do marketing na democracia.

Enquanto a propaganda política se transforma em um campo de batalha entre marketing digital e monetização de conteúdo, a ética e o impacto no interior do estado ficam à mercê de migalhas. A desatenção com as emissoras do interior, como acontece aqui no Ceará, revela a disparidade no acesso a recursos e oportunidades.

É preciso questionar: qual o limite entre marketing político profissional e manipulação da opinião pública? Como garantir que a monetização de conteúdo político não privilegie influenciadores em detrimento de outros candidatos? Como fortalecer as emissoras do interior do estado e garantir o acesso à informação de qualidade para todos os cidadãos? Que medidas podem ser tomadas para promover a ética e a transparência nos gastos com propaganda política?

O debate sobre o futuro da propaganda política é urgente e necessário. É hora de construir um modelo que seja ético, transparente e que atenda às necessidades de forma democrática, pensando no que mais importa: a informação (ou desinformação?) da população.

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