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Qual o limite da disputa pelo poder?

A busca incessante por cargos e influência acaba por revelar o caráter de muitos políticos

Foto: Valéria Alves

A política, palco de disputa pelo poder, muitas vezes se distancia daquilo que deveria ser seu principal objetivo: o bem-estar da população. A busca incessante por cargos e influência acaba por revelar o caráter de muitos políticos, expondo seus valores e prioridades, nem sempre alinhados com o bem comum.

Como podemos confiar em representantes que decidem sobre temas que nem eles mesmos demonstram convicção? A coerência entre discurso e prática é fundamental para a construção de uma sociedade justa e igualitária. Vemos, com frequência, políticos que defendem bandeiras em público, mas agem de maneira completamente diferente em privado. Essa hipocrisia coloca por água abaixo a confiança da população nas instituições e impede o progresso social.

Como bem disse o ministro Sílvio Almeida, a política é lugar de conflito e de contradição, mas também de pedagogia. Pedagogia essa cada vez mais esquecida no campo político. A polarização impede o diálogo construtivo e acaba gerando cada vez mais violência. É preciso resgatar o papel da política como espaço de debate e aprendizado, onde diferentes visões sejam respeitadas e consideradas.

Em vez disso, episódios de violência política costumam aumentar em anos eleitorais, como foi lamentavelmente divulgado na matéria de Igor Cavalcante para o Diário do Nordeste. No último pleito, foram 531 casos no Brasil. Nas eleições de 2022 no Ceará, 15 lideranças ou familiares de candidatos foram alvos de violência política, como agressões, ameaças, atentados, homicídios e sequestros.

Precisamos de representantes que sejam exemplos de ética e compromisso, inspirando a população a participar da vida política e cobrar mudanças positivas. Além disso, é necessário fortalecer as instituições para evitar o abuso de poder. A transparência, a participação popular e o combate à corrupção são pilares fundamentais para a nossa democracia.

A disputa pelo poder é inerente à política, mas o limite deve ser sempre o bem-estar da população. É hora de exigirmos políticos que sejam exemplos de conduta e que se dediquem verdadeiramente à construção de um país melhor para todos e não apenas disputem por benefícios de acordo com o seu bel prazer.

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