Mais de 60 alunos do Centro de Ensino Médio Integrado (Cemi) do Cruzeiro participaram de uma experiência ímpar. Na tarde dessa sexta-feira, 3, os estudantes foram conhecer o Espaço Cultural do Choro de Brasília e acompanhar uma aula-show com apresentações musicais em um repertório recheado de clássicos do estilo musical.
A iniciativa faz parte do projeto Música para Todos, que, com o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio das secretarias de Educação (SEEDF) e de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), leva o choro, um dos mais antigos gêneros musicais brasileiros e recentemente reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro, para as escolas públicas do DF. A expectativa do projeto é atender ao todo 250 jovens, divididos em dez turmas com 25 alunos cada.
O projeto-piloto do Clube do Choro e da Escola Brasileira de Choro vai semanalmente para a escola dar aulas de musicalização sobre o choro. As aulas de instrumento e prática em conjunto são semanais, com duração de duas horas, e ocorrem no contraturno escolar. Uma sexta-feira por mês, um dos encontros é dedicado a uma aula-show no Clube. A metodologia consiste em abordar o gênero visitando obras de grandes compositores como Pixinguinha, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e Raphael Rabello. Além da parte teórica, os estudantes aprendem também a tocar instrumentos como cavaquinho, violão, pandeiro e percussão.
De acordo com o diretor da Escola de Choro, Henrique Neto, o Música para Todos é composto por três pilares. “São aulas presenciais, o nosso núcleo de professores vai até a escola trabalhar o choro com os alunos, atualmente estamos no Cemi e no IFB [Instituto Federal de Brasília]. E, por fim, vamos disponibilizar nove cursos completos, em formato online, democratizando ainda mais o choro”, explica.
Ainda como uma forma de aproximar a população do estilo musical, a iniciativa prevê apresentações em diversas regiões administrativas. “Estamos fazendo rodas itinerantes pela nossa cidade. Queremos levar o choro para as pessoas em vários lugares públicos, como o Parque da Cidade e em outras cidades do DF. Em um total de 40 rodas”, completa Henrique Neto.
Alunos satisfeitos
Todas as sextas-feiras, no período da tarde, os alunos e os professores do CEMI participam das aulas de choro com os integrantes do clube. O estudante do terceiro ano do Ensino Médio, João Paulo Silveira, de 18 anos, afirma que a partir das aulas adotou o gênero musical para a vida. “Está muito legal tocar, no início eu pensava que não conhecia o estilo musical, depois vi que ele está inserido em todos os estilos, o que aprendo aqui posso tocar em outros estilos, como o rock. O choro é enorme. Já junto com os amigos, treinamos e tocamos em casa, é um projeto muito bom”, relata o aprendiz.
A mesma empolgação de João é compartilhada pelos outros estudantes que fazem parte do projeto, de acordo com o diretor do Cemi Cruzeiro, Getúlio Cruz, existe uma fila de espera na escola para alunos interessados em participar das aulas de musicalização.
“Os alunos abraçaram o projeto, é uma situação musical muito importante, pois eles escolhem um instrumento para trabalhar, é tudo de maneira gratuita. É o despertar deles para o gosto musical, desenvolve coordenação, a socialização. Todos os dias recebo alunos interessados em ingressar no projeto. Queremos, até outubro, atender a todos”, destaca o diretor do Cemi.
Ao final dos cursos, os participantes receberão um certificado de conclusão em uma cerimônia no Clube do Choro, seguida de uma apresentação musical com grupos contratados.