Home Geral Três cidades do RS concentram 61% de gaúchos em abrigos

Três cidades do RS concentram 61% de gaúchos em abrigos

O total de pessoas acolhidas provisoriamente em todo o RS é de 76.580

Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Três municípios do Rio Grande do Sul (RS) têm 61% da população que está em algum abrigo por causa das enchentes no estado. Além da capital, Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo estão nesse triste ranking. O total de pessoas acolhidas provisoriamente em todo o RS é de 76.580.

Em primeiro lugar no ranking de pessoas em abrigos está Canoas, com 24,14% do total. Em seguida, aparecem Porto Alegre (18,72%) e São Leopoldo (18,16%), totalizando os 61%. Em números absolutos, as pessoas acolhidas provisoriamente são 18.489; 14.337 e 13.907, nos respectivos municípios.

A população de Canoas é formada por 347,7 mil habitantes, o que corresponde a apenas 3,2% de todas as pessoas que vivem no Rio Grande do Sul. Ainda assim, a localidade foi a mais impactada pela tragédia em número de pessoas atingidas: 154 mil, conforme estimativa, de 6/5, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Veja 10 municípios com mais pessoas em abrigos:

  1. Canoas – 18.489
  2. Porto Alegre – 14.337
  3. São Leopoldo – 13.907
  4. Guaíba – 4.437
  5. Novo Hamburgo – 2.651
  6. Gravataí – 1.967
  7. Cachoeirinha – 1.575
  8. Sapucaia do Sul – 1.504
  9. São Sebastião do Caí – 1.177
  10. Lajeado – 921

A ferramenta Adapta Clima, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que analisa as susceptibilidades a eventos climáticos dos municípios, já indicava a fragilidade de Canoas. A cidade é classificada como de risco alto para inundações, enxurradas e alagamentos. O índice é de 0,64, em uma escala que vai de 0 a 1.

Hidrólogo e professor titular do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, Walter Collischonn explica por que Canoas teve mais pessoas atingidas do que Porto Alegre, onde há uma população quase quatro vezes maior.

“A cidade de Porto Alegre tem áreas muito mais altas. A topografia da cidade de Canoas é toda muito mais baixa. Um bairro muito populoso de Canoas, chamado Mathias Velho, que está localizado na várzea do Rio dos Sinos, foi inundado porque os diques que protegiam esse bairro não funcionaram”, detalha Collischonn.

O rio dos Sinos foi um dos que tiveram alta significativa no nível. A estação localizada em São Leopoldo registrou 3,49 m em 29 de abril. No dia seguinte, a cota de inundação (4,5 m) foi superada. Às 19h dessa quarta, 15, o nível estava em 7,05 m.

A densidade demográfica de Canoas é semelhante à de Porto Alegre (2,6 mil habitantes por quilômetro quadrado). Essa característica aparece no indicado do Adapta Clima como um fator de influência relevante.

Risco para inundações

Em Porto Alegre, a quantidade estimada pela UFRGS de pessoas atingidas foi de 151 mil. A capital gaúcha tem 1.332.845 habitantes. O curioso é que o índice de risco para inundações, enxurradas e alagamentos é baixo (0,26).

Tecnologista em hidrologia no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Graziela Scofield afirma que o fato de São Leopoldo ter sido muito afetado é semelhante ao caso de Canoas.

“Houve altos acumulados de chuva em vários municípios na parte alta da bacia do rio dos Sinos, assim toda a água da chuva escoa para a foz, próximo de onde esses municípios estão situados”, explica.

A previsão de chuvas nesta quinta-feira, 16, para as três localidades varia de 18 a 21 milímetros.

Até essa quarta, 452 municípios haviam sido atingidos pela tragédia no Rio Grande do Sul. Houve 149 mortes e 108 desaparecidos. Ao todo, são 76.580 pessoas em abrigos e 538.126 desalojadas.

Com informações do Metrópoles

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