Na rua Tabelião Lafayete, artéria situada na área central da cidade de Quixeramobim, uma calçada não tem mais a roda de conversa animada entre um trabalhador a clientela que aguardava o conserto e/ou restauro do objeto desgastado. Há um dito: “Cada um sabe onde o sapato aperta” e cada um de nós sabe que a vida útil de nossos calçados e bolsas vai ser mais curta, pela ausência das mãos reparadoras que deixavam novos nossos pertences. Esse ofício passou do pai – Antônio Belermano Maciel, o “BUCA”, para o filho Carmênio Avelino Maciel.
Os dotes artísticos do Antônio Belermano não se restringiram ao trato com o couro e outros artigos da sapataria. “BUCA” também foi músico e integrou a Banda de Música do Município de Quixeramobim. O casal “Buca” e Carlinda teve quatro filhos, todos com habilidades artesanais e senso criativo.
Várias gerações que nasceram ou vieram residir em nossa Quixeramobim recorreram aos sapateiros dedicados que nos atendiam com presteza. Fosse moldando o couro, ajustando uma sola ou restaurando um calçado antigo, o sapateiro desempenha um papel crucial em garantir o conforto em nosso caminhar com estilo e segurança, mantendo viva uma arte que é passada de geração em geração. Do simples ao sofisticado, do antigo ao moderno, eles faziam a magia em cada peça. Ainda morando em Fortaleza, eu trazia meus calçados e outras peças em couro para o “BUCA” ajeitar, pois confiava em sua perícia nos trabalhos. Ele partiu e coube ao Carmênio continuar nos atendendo, até ser levado por “falhas” no coração.
Tivemos outro sapateiro cuja oficina ficava no início da rua Teixeira de Freitas. Seu nome era José Augusto. Também já é falecido, mas um dos seus filhos também tem o mesmo ofício. Que este nos permita mantermos os pés firmes em calçados confortáveis.