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Como empresas podem contribuir para a saúde mental de colaboradores?

No mês de combate ao suicídio especialista alerta sobre prevenção dentro das organizações

Fatores ambientais, socioculturais e existenciais estão relacionados quando o assunto é suicídio, fazendo com que o tema seja responsabilidade de todos, sociedade, órgãos públicos e empresas. É o que explica a psicóloga e especialista em gestão de pessoas Thana Mondego.

Para ela, o Setembro Amarelo, campanha de combate ao suicídio, é uma oportunidade de alertar a população sobre a necessidade de cuidar da saúde mental de forma preventiva e fazer isso dentro das empresas é uma estratégia fundamental para manutenção do bem-estar dos trabalhadores. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 700 mil pessoas morrem de suicídio por ano.

“Trabalhar o assunto é possibilitar ao colaborador um ambiente de diálogo, conhecimento e acolhimento, prevenindo ou evitando o agravamento de problemas psicológicos, ajudando o indivíduo a identificar os primeiros sinais para pedir ajuda”, explica Mondego, diretora executiva e sócia da Rhopen Consultoria no Rio de Janeiro.

Os problemas psicológicos estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. De acordo com o Ministério da Previdência Social, em 2023 foram concedidos no Brasil 288.865 benefícios por incapacidade decorrente de transtornos mentais e comportamentais. Esses benefícios englobam tanto afastamentos temporários quanto permanentes. O número é 38% maior do que em 2022.

“Muitos gestores não sabem como inserir cuidados com a saúde mental nas empresas e um profissional da área de recursos humanos pode ajudar a montar um cronograma e a melhor estratégia para cada setor. O ideal é que sejam fomentados encontros pelo menos uma vez por mês para desenvolver a inteligência emocional dos colaboradores. Podem ser palestras e treinamentos sobre gestão do tempo, relacionamento interpessoal, aprimoramento da comunicação e desenvolvimento da liderança”, ressalta Thana.

A OMS define saúde mental como um estado de bem-estar em que a pessoa é capaz de usar suas habilidades, recuperar-se do estresse diário, ser produtiva e contribuir com a comunidade. Já perda de apetite, mais cansaço do que o comum durante o dia, beber mais do que o costume, não dormir bem, alteração na energia e no ânimo para o trabalho ou atividades de lazer, crise de choro, entre outros, representam uma desorganização psicológica.

“No Brasil, a faixa etária que mais comete o suicídio é dos 15 aos 29 anos aproximadamente, sendo o principal fator o abuso de álcool e drogas, mas é importante salientar que a depressão corresponde a 36% dos casos, então precisamos estar atentos não só às mudanças do nosso corpo, como às mudanças de hábitos e atitudes das pessoas que nos cercam”, defende a especialista.

Segundo ela, empresas que puderem ter algum tipo de convênio psicológico é de extrema importância. Dessa forma incentivam e reforçam a terapia como forma de ajudar os trabalhadores a encararem os problemas do dia a dia, que é parte da vida de todo ser humano, a grande diferença está em como cada um lida.

“A empresa e o indivíduo que entendem que o cuidado com a saúde mental deve ser cultivado ao longo do ano e não só em datas específicas colhem bons frutos nas áreas individuais e coletivas a curto, médio e a longo prazo”, conclui Mondego.

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