Home Fabrício Moreira da Costa Oportunidades e dilemas: a chegada do emprego formal em Icó

Oportunidades e dilemas: a chegada do emprego formal em Icó

É preocupante que, em uma região onde quase metade da população sobrevive com apenas 50% do salário mínimo, haja quem reclame da falta de oportunidades, mas, ao mesmo tempo, renuncie ao trabalho formal quando ele se apresenta

Foto: Fabiano Silva

O comunicador Gustavo Veras, por meio do Portal Icó News, publicou recentemente uma matéria apontando que um número significativo de icoenses recusou empregos em empresas de energia solar recém-estabelecidas no município.

A razão? A exigência de registro em carteira de trabalho, condição que, segundo o portal, pode levar à perda de benefícios sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família.

O tema gerou polêmica, e alguns questionaram a veracidade do texto, que aparentemente era bem fundamentado.

No Nordeste, o índice de pessoas cadastradas em programas federais de assistência é elevado, abrangendo homens, mulheres e famílias inteiras que dependem desse suporte.

Eles precisam desses benefícios? Sem dúvida. No entanto, é inegável que, em certos casos, esses programas acabam gerando dependência e acomodação.

É preocupante que, em uma região onde quase metade da população sobrevive com apenas 50% do salário mínimo, haja quem reclame da falta de oportunidades, mas, ao mesmo tempo, renuncie ao trabalho formal quando ele se apresenta. Esse comportamento exige reflexão.

As novas empresas de energia solar que estão se instalando em Icó, além das oportunidades futuras trazidas pelo turismo religioso no Horto do Senhor do Bonfim, têm potencial para transformar o cotidiano local.

No entanto, é essencial que a população esteja disposta a se adaptar, buscar melhorias e sair da zona de conforto. Caso contrário, continuaremos a terceirizar a culpa por problemas que, muitas vezes, começam em nós mesmos.

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