Home Itamar Filho Quixadá está perdendo o trilho do futuro

Quixadá está perdendo o trilho do futuro

A cidade, que durante décadas foi a locomotiva do desenvolvimento da região, parece perdida frente ao avanço de municípios vizinhos em projetos importantes e de destaque. Quixadá figura um navio à deriva, sem um aparente planejamento e projeto a longo prazo - e se tem, estão escondidos em alguma gaveta na prefeitura.

Foto: Jândreson Gomes

Recentemente em notícias veiculadas pela imprensa, a informação que Quixadá foi preterida pelo governo estadual para instalação de equipamentos promotores do desenvolvimento econômico local, como os chamados ‘Portos-secos’ que deverão ser construídos ao longo da ferrovia Transnordestina, tornou a aumentar a discussão sobre o futuro da cidade. Se um dia Quixadá já representou o motor de impulso do desenvolvimento e importância do sertão central, hoje esse protagonismo e liderança estão sendo ofuscados por Quixeramobim e Senador Pompeu.

A Transnordestina, assim como a retomada, em geral, das obras de expansão do sistema ferroviário no Brasil, faz parte de uma estratégia do governo Lula em diminuir a dependência do transporte rodoviário, em vista do tamanho continental do país. A ferrovia, que liga o cerrado, no interior do Piauí, a portos importantes – Suape, em Pernambuco, e Pecém, em Fortaleza -, vai cortar o sertão cearense, trazendo junto a oportunidade de mais investimentos e consolidação do caminho como rota de escoação das produções locais, como os laticínios, indústria calçadista e a retomada do plantio do algodão. Segundo as notícias, porém, o governo estadual não prevê a instalação dos ‘Portos’ em Quixadá.

Nos últimos anos, a terra dos monólitos viu seu protagonismo ser dividido com o município vizinho, Quixeramobim, que obteve importantes conquistas políticas, como a instalação da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual do Ceará, a CEASA estadual, o Hospital Regional e outros equipamentos. Agora, Senador Pompeu também é incluída no rol de cidades que desbancaram Quixadá. Enquanto isso, a cidade não apresenta, nem para o estado nem para seu povo, uma visão clara, planejada e objetiva de futuro.

Se há trinta anos, durante a primeira gestão do ex-prefeito Ilário Marques, houve um ‘grande acordo’ planejado entre município e munícipes de que Quixadá seria uma ‘cidade universitária’, hoje, após indiscutivelmente alcançado esse objetivo, a cidade não apresentou um outro plano que contemplasse a continuidade desse projeto. Sim, pois graças as políticas públicas promovidas pelo próprio PT – sigla de Ilário – da interiorização da educação superior, essa “característica” quixadaense se torna cada dia menos singular da cidade.

Apesar da cidade ter em seus quadros políticos atuais com mandato figuras com famílias que estão há décadas no poder, que tem “apoio” de deputados bem quistos na Câmara Federal, como Domingos Neto, e mesmo um deputado estadual com cargo na mesa diretora da Assembleia legislativa, é aparente a falta de vontade dessas atuais “velhas” lideranças na construção sólida de um planejamento a longo prazo para Quixadá. Não há luta pela preservação do patrimônio da cidade, tampouco parece haver interesse em retomar o protagonismo municipal na região. Uma cidade que já foi exemplo em políticas públicas para o Brasil se “contenta”, hoje, com promessas vazias e requentadas a cada eleição.

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