A posse de Michel Jucá (PSD) como vereador em Quixadá, o segundo mais votado do município, trouxe à cena uma figura que muitos imaginavam ter desaparecido da política após o escândalo que manchou sua gestão em Choró: o ex-prefeito Marcondes Jucá.
Marcado por suspeitas de corrupção e pela prisão na operação Ad Manus, que investiga irregularidades em contratos de abastecimento de veículos na Prefeitura de Choró, Marcondes reapareceu em grande estilo, reafirmando sua influência política no Sertão Central.
O reaparecimento, desta vez como principal articulador da campanha do próprio filho, levanta a questão: até onde vai a resistência da credibilidade política frente a tantos escândalos?
Michel, com a força do sobrenome Jucá, conseguiu conquistar votos suficientes para ocupar um dos assentos mais cobiçados na Câmara Municipal de Quixadá. Mas sua vitória levanta questionamentos sobre o papel do eleitorado e a responsabilidade social em eleger representantes. Enquanto Marcondes enfrenta investigações que abalam a confiança na política, o respaldo popular a seu grupo político sugere que, para uma parcela significativa do eleitorado, as acusações de corrupção podem ser relativizadas ou, pior, ignoradas.
A cena de um ex-prefeito afastado por suspeitas graves reaparecendo em um momento de celebração política não é apenas um retrato da persistência de figuras controversas no poder, mas também um reflexo de uma cultura política que muitas vezes tolera, ou até recompensa, práticas questionáveis.
Como confiar na lisura de quem constrói sua trajetória política sob investigações criminais?
A política cearense, ao permitir a perpetuação de lideranças que deveriam estar em descrédito, sofre um desgaste contínuo em sua imagem e funcionalidade. Enquanto figuras como Marcondes Jucá continuarem a exercer influência, mesmo após escândalos tão graves, o desafio por uma política mais ética e responsável segue sendo uma luta de longo prazo.
A sociedade estará disposta a romper com essas dinâmicas ou seguirá refém de nomes que parecem blindados contra a moralidade e a justiça? Fica a questão.
