Home Política Cadê os vereadores e a IMPRENSA da minha cidade?

Cadê os vereadores e a IMPRENSA da minha cidade?

A falta de empatia e de ação diante do sofrimento alheio cria um ambiente onde a negligência se perpetua, deixando os mais vulneráveis ainda mais desamparados

Foto: Reprodução

Tenho me preocupado profundamente com a indiferença dos meus conterrâneos diante do sofrimento dos mais pobres da minha cidade . Começo a acreditar que essa apatia seja um reflexo de uma sociedade cada vez mais desumana, que frequentemente prioriza o que é distante e abstrato. Exemplos não faltam: longos debates nas redes sociais sobre se os Estados Unidos deveriam ou não tomar o canal do Panamá ou fechar as fronteiras com o México, enquanto questões próximas e urgentes são completamente ignoradas. Em Quixadá, exemplos recentes expõem uma dolorosa realidade: a falta de transporte para pacientes que precisam se deslocar para hospitais em Fortaleza ou outras cidades é um problema que afeta vidas diretamente, mas ainda assim não desperta a devida atenção da população. Da mesma forma, mães atípicas clamam por apoio e denunciam a ausência de políticas públicas para a saúde e o bem-estar de seus filhos, mas suas vozes parecem se perder no vazio. Enquanto isso, muitos continuam distraídos com assuntos que pouco ou nada influenciam o cotidiano de minha cidade.

Essa apatia social me remete à fábula da ratoeira na fazenda, onde o perigo iminente para um pequeno rato foi ignorado pelos outros animais até que o problema acabou por afetar a todos. Da mesma forma, quando nos fechamos para os problemas dos nossos vizinhos e conterrâneos, alimentamos um ciclo de descaso que atinge toda a comunidade. A falta de empatia e de ação diante do sofrimento alheio cria um ambiente onde a negligência se perpetua, deixando os mais vulneráveis ainda mais desamparados. Assim como na fábula, o que hoje parece ser apenas o problema de alguns pode, em breve, se tornar o problema de todos.

Por fim, lembro as palavras atribuídas ao pastor Martin Niemöller, que refletiu sobre a omissão diante das injustiças: “Primeiro levaram os comunistas, mas eu não me importei porque não era comunista…” e assim por diante, até que não restou ninguém para me ajudar. A sociedade quixadaense precisa despertar desse estado de letargia e entender que os problemas locais são os que impactam diretamente o nosso dia a dia. Se continuarmos indiferentes ao sofrimento alheio, corremos o risco de nos tornarmos vítimas dessa mesma indiferença. É essencial mudar essa mentalidade, começando por debater nas redes sociais e exigir das autoridades constituídas soluções para as questões que afligem a nossa gente e fortalecendo os laços de solidariedade na terra dos Monólitos.

Uma perguntinha boba: Cadê os vereadores e a IMPRENSA da minha cidade?

WANDERLEY BARBOSA
Jornalista / Radialista profissional
Delegado do SINDRADIOCE
Presidente da AISC e Associado da ACI

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