A última pesquisa da Quaest trouxe um dado surpreendente (para alguns): o cantor Gusttavo Lima aparece como potencial adversário de Lula em um segundo turno presidencial em 2026. O nome do empresário Pablo Marçal também segue sendo lembrado, enquanto um número expressivo de eleitores já declara intenção de votar em branco ou anular o voto.
Esses dados revelam algo mais profundo: a ausência de lideranças políticas que consigam representar os anseios da população, deixando o eleitor sem rumo entre o cansaço com a política tradicional e a busca por figuras externas ao meio.
Essa crise de representatividade atinge todos os espectros políticos. No PT, militantes demonstram preocupação com a falta de novas lideranças que possam herdar a força histórica de Lula. Já Tarcísio de Freitas, visto como sucessor natural do ex-presidente Jair Bolsonaro, não aparece com força para chegar a um segundo turno.
O que sobra são nomes com apelo midiático, mas sem trajetória política consolidada, sinalizando um vácuo perigoso no debate público.
A ausência de políticos que combinem discurso forte com projetos reais para o país impulsiona o eleitorado a buscar outras alternativas não tradicionais. Essa busca pode resultar em escolhas frágeis, baseadas mais no carisma e na influência digital do que na capacidade de governar.
O risco é a superficialidade dessa escolha. O eleitor acaba votando mais contra o sistema do que a favor de um projeto concreto de nação. O Brasil precisa de lideranças com visão de país, pessoas dispostas a ir além do populismo e do desejo de ocupar uma cadeira de poder.