A atuação da CVNet, rede clandestina de internet operada por facções criminosas, traz mais um capítulo da relação entre tecnologia e crime organizado no Ceará.
Segundo a Polícia, o esquema, iniciado no Rio de Janeiro, já se espalha por Fortaleza e avança pelo interior do estado. Os líderes recrutam pessoas em situação de rua para realizar as instalações clandestinas.
O crescimento dessa rede reforça o desafio das autoridades em conter a expansão do crime organizado, que utiliza estruturas cada vez mais sofisticadas para manter sua influência.
Esse outro assassinato dentro do Instituto Dr. José Frota (IJF) mostra o grau de ousadia dessas organizações. Um homem armado entrou no hospital, disparou contra a vítima e se entregou à polícia ainda dentro da unidade.
O crime levanta questões sobre falhas na segurança e a capacidade das forças policiais de prevenir ações desse tipo. O fato de um criminoso conseguir ingressar armado em um hospital público e executar um rival demonstra o nível de organização e impunidade com que essas facções atuam. E pela segunda vez, já que ano passado aconteceu um caso semelhante.
Em fevereiro, o governador Elmano de Freitas reconheceu que os esforços do governo não têm sido suficientes e que ele está muito insatisfeito com a segurança pública do Ceará. A estagnação nos índices de violência sugere que as estratégias adotadas até agora precisam ser revistas.
O caso da CVNet mostra que a criminalidade já opera redes de infraestrutura próprias, enquanto assassinatos como o do IJF deixam claro que os criminosos não hesitam em desafiar as forças de segurança. E o poder público segue em desvantagem diante de um crime cada vez mais estruturado. Até quando?