A insatisfação dos cearenses com os serviços prestados pela Enel Distribuição Ceará tem gerado um movimento contrário à renovação da concessão da empresa para a distribuição de energia elétrica no Estado por mais 30 anos. Isso ficou evidente com o resultado de uma enquete realizada nos programas das rádios Campo Maior AM 840 e Canudos FM 106,7, nas plataformas digitais do Sistema Maior de Comunicação e na SerTão TV, nesta terça-feira, 1º de abril.
Na pesquisa, os mais de 500 comentários foram contrários à permanência da Enel no Ceará. Entre as diversas respostas ‘Não’ à renovação do contrato, algumas trouxeram mais argumentos, como foi o caso de Wanderlania Barbosa: “Que Deus nos livre! Seriam mais 30 anos de serviços mal prestados e descaso com a população cearense.”
“Eu sou contra a renovação do contrato da Enel. A Enel é a empresa com o maior número de reclamações em todos os estados onde atende. Ela tem se tornado um problema para a população, e a maioria dos consumidores está muito insatisfeita com seus serviços”, destacou Adauberto Nogueira em outro comentário.
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Entre as várias manifestações registradas nos programas de rádio, duas destacaram o sofrimento da população em relação ao serviço prestado pela empresa e os altos valores das contas da energia elétrica, mesmo com a tentativa de economizar.
A solicitação de renovação de contrato foi protocolada pela Enel junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na última sexta-feira, 28, e informada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Pelo contrato vigente, a empresa encerraria sua atuação em 2028. Além do Ceará, a Enel também atua em municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Em 2023, a empresa foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, na Assembleia Legislativa do Ceará, que investigou supostas irregularidades e abusos por parte da Enel. O relatório final da CPI, aprovado em maio de 2024, solicitou a caducidade do contrato da empresa com a Agência Nacional de Energia Elétrica, indicando a possibilidade de encerramento da concessão atual.
Também ganharam destaque, nesse período, propostas para reestatizar a concessão de energia elétrica no Ceará. A Companhia Energética do Ceará, antiga Coelce, é privatizada desde 1998.