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Facções criminosas se espalham pelo Brasil e consolidam poder no Nordeste

Tráfico de drogas, tortura, homicídios bárbaros e disputas territoriais. Esses são apenas alguns dos crimes cometidos por facções criminosas que se espalham pelo Brasil

Tráfico de drogas, tortura, homicídios bárbaros e disputas territoriais. Esses são apenas alguns dos crimes cometidos por facções criminosas que se espalham pelo Brasil, consolidando-se como uma das principais ameaças à segurança pública do país. Atualmente, a presença dessas organizações é mais expressiva na região Nordeste, onde grupos disputam o controle de territórios e ampliam suas redes de influência.

Segundo levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), 46 dos 88 grupos de crime organizado identificados no país nos últimos três anos operam nos nove estados nordestinos.

O crescimento dessas organizações é retratado no Mapa das Organizações Criminosas 2024, que mostra a presença de facções também em todas as demais regiões do Brasil: 14 no Norte, 10 no Centro-Oeste, 18 no Sudeste e 24 no Sul.

A maior parte dessas facções possui estrutura hierárquica bem definida e, muitas vezes, viés ideológico. Essa combinação, de acordo com o levantamento, potencializa o impacto desses grupos na segurança pública, pois fortalece sua capacidade de organização, articulação e domínio sobre as populações das áreas onde atuam.

O retrato do Nordeste

Com base em informações da plataforma Wiki Favelas, é possível detalhar a atuação das facções criminosas nos estados do Nordeste:

  • Alagoas e Ceará: há indícios da presença das duas maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).

  • Bahia: além do PCC e do CV, atuam a Katiara, o Comando da Paz, a Caveira (com relatos de extinção em 2017), o Bonde do Maluco (apontado como o mais violento), o Mercado do Povo Atitude, a Ordem e Progresso e o Bonde do Ajeita, aliado ao CV desde 2021.

  • Maranhão: registram-se atividades do PCC, do Bonde dos 40 — surgido em 2007 com base em conexões nos presídios federais — e do PCM, facção inspirada no modelo do PCC.

  • Paraíba e Pernambuco: operam o PCC e a Okaida, considerada atualmente a maior facção da Paraíba. A Okaida surgiu como oposição ao grupo Estados Unidos, ainda ativo na região.

  • Piauí: há registros apenas da presença do PCC.

  • Rio Grande do Norte: atuam o PCC, o CV e o Sindicato do Crime, maior facção do estado e rival direto do PCC.

  • Sergipe: operam o PCC, o CV e o Bonde do Maluco.

A consolidação dessas facções no Nordeste evidencia um cenário preocupante. O avanço do crime organizado impõe desafios às autoridades, que precisam lidar com estruturas cada vez mais complexas, violentas e territorializadas. A presença dessas organizações não apenas ameaça a segurança, mas também mina a confiança da população nas instituições e no Estado de Direito.

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