A entrada da deputada federal Luizianne Lins (PT) na disputa pelo Senado em 2026 movimenta um jogo que já vinha sendo disputado com força entre aliados do governador Elmano de Freitas (PT) e do ministro Camilo Santana (PT).
Com dois mandatos como prefeita de Fortaleza e liderança consolidada em segmentos da base petista, Luizianne traz densidade eleitoral e uma linha ideológica mais tradicional do partido, o que obriga o PT a administrar com ainda mais cuidado a escolha de seu nome para a Casa Alta.
Até então, o nome mais ventilado dentro do PT era o do deputado federal José Guimarães, que já conta com o apoio declarado de Camilo Santana.
Com Luizianne, o partido terá de enfrentar um debate interno entre correntes com visões políticas e eleitorais distintas. O peso de Guimarães na máquina partidária e no governo federal é inegável, mas Luizianne tem base popular e identidade própria, o que pode polarizar a disputa dentro da legenda e levar o embate até as prévias internas.
Além da briga dentro do PT, a entrada da ex-prefeita também pressiona aliados do governo Elmano que já se movimentavam para ocupar uma das duas vagas no Senado.
Nomes como Chiquinho Feitosa (Republicanos), Eunício Oliveira (MDB), Junior Mano (PSB), Domingos Filho (PSD) e Chagas Vieira, secretário da Casa Civil, devem reavaliar seus passos, considerando que a pulverização de candidaturas pode enfraquecer a base governista se não houver coordenação.
O lançamento de Luizianne deve acelerar articulações políticas e partidárias, principalmente no entorno de Elmano, que precisará conduzir com equilíbrio a disputa entre seus aliados e as tendências do PT.
Alianças entre os partidos da base — como PSD, PSB, MDB e Republicanos — tendem a ganhar força, com a possibilidade de formação de uma chapa ampla, desde que o PT consiga administrar seus conflitos internos.
O desafio é evitar que a disputa vire um problema para o projeto do governo estadual e para a estabilidade da aliança que sustenta Elmano. Sigamos acompanhando.