A segurança pública é tema sério, que exige maturidade e responsabilidade. É assunto para adultos e cidadãos comprometidos com o bem coletivo. Não pode – e não deve jamais – ser usada como ferramenta de viés político-partidário, muito menos como moeda para angariar votos.
Infelizmente, essa pauta tão sensível tem ganhado espaço no noticiário não apenas pelas ações de enfrentamento à violência, mas também pela preocupante associação de figuras políticas ao crime organizado. No Ceará, o tema tornou-se recorrente e, o que é mais alarmante, parece estar sendo tratado com naturalidade por parte da sociedade.
Não podemos aceitar que prefeitos, deputados ou qualquer outra liderança que esteja envolvida com práticas criminosas continue ocupando cargos públicos. Esses devem ser imediatamente rechaçados e expulsos da vida pública cearense. Mandatários que se sentam à mesa com o crime não representam o povo – representam a ruptura da ética, da justiça e da democracia.
O Deputado Leonardo Pinheiro teve uma postura firme ao ser questionado sobre seu apoio a um prefeito afastado e preso no último final de semana. Foi claro: “Se cometeu crimes, que tenha direito ao contraditório e à ampla defesa, mas que pague por seu comportamento, se errou”.
É assustador que essa realidade esteja se tornando parte da rotina política. Após mais de 30 anos de atuação como advogado, jamais imaginei ver tantos olhos indiferentes – ou cúmplices – diante de situações tão graves.
O caso “Choró” não é um ponto fora da curva. Ao que tudo indica, é apenas uma agulha solta no vasto mar – ou nos rios e açudes – do nosso Ceará. Que não fechemos os olhos. A hora de limpar a vida pública é agora.