Nos últimos quatro meses, o Ceará tem sido palco de uma série de eventos que evidenciam a possível interferência de facções criminosas no cenário político estadual. Dois prefeitos foram presos e um terceiro permanece foragido, todos sob suspeita de envolvimento com organizações criminosas.
Santa Quitéria: Prefeito afastado e tornado réu
Em 1º de janeiro de 2025, José Braga Barrozo (PSB), conhecido como Braguinha, prefeito reeleito de Santa Quitéria, foi detido momentos antes de sua posse, investigado por suposta ligação com o Comando Vermelho. Após cumprir prisão domiciliar, foi liberado posteriormente. Em 8 de abril, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral, tornando Braguinha réu em ação penal. A Justiça também confirmou seu afastamento e do vice-prefeito, Gardel Padeiro, dos cargos. As investigações apontam que, durante a campanha, o grupo político de Braguinha teria agido em parceria com uma facção criminosa para intimidar eleitores e adversários, incluindo ameaças a moradores e coação política.
Potiretama: Prefeito preso por suspeita de integrar facção
Em 3 de abril, Luan Dantas (PP), prefeito de Potiretama, foi preso sob suspeita de integrar uma facção criminosa. A operação que resultou na detenção foi conduzida pela Polícia Civil, que o encaminhou à Delegacia Municipal de Alto Santo. O inquérito segue em andamento e, segundo fontes que acompanham a investigação, há elementos contundentes nas apurações até o momento.
Choró: Prefeito foragido e mandato cassado
Além desses casos, Bebeto Queiroz (PSB), prefeito eleito de Choró, está foragido desde dezembro de 2024. Ele é acusado de liderar uma rede de compra de votos, abuso de poder econômico e uso indevido da máquina pública. Seu mandato foi cassado pela Justiça Eleitoral, que acatou denúncia baseada em investigações que identificaram pagamentos ilegais a eleitores e desvio de recursos, dentre outras irregularidades.