A sabedoria popular assegura: “Rir é um santo remédio”; daí se conclui que os humoristas e comediantes fazem bem à saúde. Sob as lonas dos circos, os palhaços provocam gargalhadas. Nos palcos dos teatros, a comédia diverte grandes públicos. O rádio, o cinema e, posteriormente, a televisão brasileira produziram e apresentaram ótimos programas e filmes.
Ainda criança, eu assistia no rádio ao “Edifício Balança Mas Não Cai”, que depois foi para a TV com os mesmos “moradores”. Na “Família Trapo”, Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Cidinha Campos, Ricardo Corte Real e Ronaldo Golias tinham como mordomo Jô Soares, que, posteriormente, realizou “Viva o Gordo”, “Jô Onze e Meia”, “Faça Amor, Não Faça Guerra”, “Satiricom”, entre muitos outros. No cinema, me apaixonei pelos inesquecíveis Oscarito, Grande Otelo, Ankito, Zé Trindade, Jojoca, Zezé Macedo, Dercy Gonçalves e Mazzaropi, entre os mais antigos.
Em outro artigo, comentei sobre a “Escolinha”, criada por Chico Anysio, na qual muitos artistas da velha guarda tiveram a oportunidade de voltar à cena, como Brandão Filho, Walter D’Ávila, Lúcio Mauro, Antônio Carlos, Ronie Cócegas e outros dessa geração. Hoje, quero registrar uma iniciativa que tocou meu coração: na “Escolinha da Nova Geração”, com Bruno Mazzeo (filho de Chico) no papel de Raimundo, os atores antigos têm recebido carinho ao serem levados à sala de aula pelos intérpretes atuais.
Um dos episódios que encheu meu coração foi a chegada de Marcos Caruso (atual Seu Perú), conduzindo a cadeira de rodas com Orlando Drummond, maquiado e vestindo o figurino do personagem que interpretou por tanto tempo. Apesar de não poder andar nem falar, seus olhos expressavam a alegria do reencontro, pleno de ternura. Drummond faleceu pouco tempo depois, aos 102 anos.