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Inação política em Quixadá impede erradicação de Chagas

A doença de Chagas, uma enfermidade negligenciada que afeta principalmente populações vulneráveis, poderia ser combatida com a substituição dessas moradias por estruturas de alvenaria, conforme prevê a legislação federal

Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

A persistência de milhares de casas de taipa em Quixadá em pleno 2025, principal abrigo do barbeiro transmissor da doença de Chagas, revela uma grave negligência das autoridades locais, vereadores e especialmente do atual prefeito, que, como médico e ex-superintendente da FUNASA, tem pleno conhecimento dos riscos à saúde pública. A doença de Chagas, uma enfermidade negligenciada que afeta principalmente populações vulneráveis, poderia ser combatida com a substituição dessas moradias por estruturas de alvenaria, conforme prevê a legislação federal. A FUNASA, órgão responsável por projetos nessa área, já possui mecanismos para viabilizar essa transformação, mas a falta de vontade política e a inércia do gestor municipal perpetuam um cenário de descaso, expondo milhares de pessoas a um risco evitável.

É contraditório e alarmante que um profissional da saúde, que já ocupou um cargo de relevância na FUNASA, ignore soluções estruturais para erradicar um vetor de doença tão perigosa. A manutenção das casas de taipa em Quixadá reflete não apenas a ineficiência administrativa, mas também uma indiferença cruel com a população mais pobre, que continua vulnerável a uma doença silenciosa e debilitante. Enquanto o poder público não priorizar políticas efetivas de habitação e saúde, o ciclo de transmissão da doença de Chagas persistirá, evidenciando o abandono das comunidades mais necessitadas. A omissão do prefeito, nesse contexto, é uma violação ao direito básico à saúde e à moradia digna.

Em qualquer cidade, a saúde deve sempre vir em primeiro lugar.

Wanderley Barbosa
Jornalista/Radialista profissional
Delegado do SINDRADIOCE
Presidente da AISC e associado da ACI

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