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Uma reflexão sobre o desperdício do dinheiro público em Quixadá

A sociedade não pode mais compactuar com a omissão. Se a obra foi iniciada e jamais concluída, quem responde pelo fracasso? Para qual ralo escorreram os recursos? Exigimos transparência e punição exemplar aos que perpetraram esse ciclo de abandono

Foto: Lutero Rômulo

Entre ruínas abandonadas, ergue-se uma obra que jamais cumpriu seu propósito. Pilares interrompidos, paredes sem acabamento e concreto rachado não são vestígios do acaso, mas da negligência. O canal de escoamento da Avenida José Caetano, em Quixadá, prometia ser a solução para os alagamentos crônicos que assolam o bairro da Rodoviária. Passada mais de uma década, porém, o projeto permanece inacabado — soterrado sob terra e desdém. Transformou-se em um monumento ao descaso, um símbolo do dinheiro público malbaratado e da incapacidade crônica de gestores públicos em honrar suas promessas.

Este não é apenas um canteiro de obras abandonado; é a materialização da desilusão coletiva. Enquanto a população sofre com enchentes recorrentes, vereadores, prefeito e vice permanecem em silêncio cúmplice, como se o problema lhes fosse alheio. O mato avança, o tempo consome os escombros do projeto, e as perguntas insistem: onde estão os 17 vereadores eleitos para fiscalizar? Onde está o prefeito, que não prioriza uma solução para um drama anual? Alô, Ministério Público! É urgente intervir, investigar e responsabilizar os agentes por tantas obras-fantasma em Quixadá-CE. O dinheiro público é finito — cada centavo desperdiçado é um direito subtraído da população.

A sociedade não pode mais compactuar com a omissão. Se a obra foi iniciada e jamais concluída, quem responde pelo fracasso? Para qual ralo escorreram os recursos? Exigimos transparência e punição exemplar aos que perpetraram esse ciclo de abandono. Enquanto isso, Quixadá segue refém das intempéries, e o canal inacabado permanece como epitáfio da incompetência administrativa — e, sobretudo, da impunidade que a alimenta. A mudança só virá quando os cidadãos se unirem para cobrar, inclusive na esfera judicial, a penalização dos responsáveis. O tempo da resignação acabou: é hora de converter indignação em ação.

“Enterramos obras, mas não calamos perguntas: o que a má política esconde, o jornalismo responsável desvenda.”

Wanderley Barbosa
Jornalista e Radialista Profissional
Delegado do SINDRADIOCE
Presidente da AISC e Associado da ACI

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