Como é de conhecimento público, duas chapas disputam o comando da diretoria executiva e conselho fiscal da Associação Cearense de Imprensa para o triênio 2025/2028. Esse cenário turva, muitas vezes, uma avaliação correta que possa ser feita acerca da realidade da entidade, uma vez que há chapas de situação e de oposição no processo.
Cabe registrar que desde 2008, com a gestão da saudosa ex-presidente Ivonete Maia, teve início um processo de resgate da credibilidade da ACI e de recomposição de seu quadro associativo, fruto de um episódio degradante – a fraude em um prêmio jornalístico, de amplo conhecimento público e cujos envolvidos foram devidamente identificados e punidos. No entanto, a mancha na história da entidade ficou – e integra a trajetória de 100 anos que transcorrerão no dia 14 de julho de 2025.
Desde então, as gestões que se seguiram (ex-presidentes Ivonete Maia, Nilton Almeida, Adísia Sá, Salomão de Castro e do atual presidente Helly Ellery) trilham, com desafios distintos conforme os anos exigem, mas munidas do mesmo propósito, a consolidação da ACI como instituição relevante para debate dos temas relevantes para a imprensa, preservação da nossa memória e defesa de valores como as liberdades de imprensa e de expressão e dos direitos humanos, dentre outros.
Algumas ações merecem destaque:
• Em 2018, os prêmios jornalísticos da ACI, os mais tradicionais do Nordeste, passaram a integrar o ranking oficial do Portal dos Jornalistas, que engloba as 154 maiores premiações do jornalismo brasileiro e internacional e inclui, dentre outras, o Vladimir Herzog, Direitos Humanos (Rio Grande do Sul), Esso, Embratel, BNB, Econômico Ibero Americano, Maria Moors Cabot, Sebrae, PTP e Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
A inclusão foi possível graças a um grande trabalho de pesquisa realizado pela ACI, que resgatou as 40 edições de sua premiação, desde o ano de 1970 até a última delas, em 2014. Por conta da inclusão, os jornalistas profissionais do Estado do Ceará subiram de posição no ranking, haja vista que a organização do evento atribuiu uma pontuação de 25 para os vencedores de cada categoria. Vale salientar que, para trabalhos em equipe, cada integrante contabiliza a metade da pontuação, no caso específico da ACI, 12,5 pontos.
O ranking do Portal dos Jornalistas, publicado pela revista eletrônica Jornalistas & Cia, é elaborado nacionalmente e por regiões em todo início de ano reportando o que aconteceu no ano anterior. Ele traz não só a premiação anual como também a histórica, que inclui a participação de quase 10 mil profissionais de imprensa de todo o País ao longo do tempo. Da mesma forma, mostra a performance dos veículos de comunicação no tocante aos prêmios auferidos desde as suas fundações.
• Ainda no que se refere a prêmios jornalísticos, os diretores da ACI, também desde as gestões iniciadas em 2008, são frequentemente convidados a integrar os júris destas premiações em nível estadual (Prefeitura de Fortaleza, Associação dos Defensores Públicos do Estado, Ministério Público do Estado, Sebrae e Gandhi). Mais recentemente, como reconhecimento incontestável da seriedade e compromisso dos membros da diretoria da ACI, tivemos três diretores integrando o mais expressivo e relevante prêmio de jornalismo do País – o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que, em sua 46ª edição, em 2024, teve como jurados Helly Ellery, Márcia Catunda e Salomão de Castro.
• Há ações permanentes voltadas à manutenção de nossa estrutura física, que incluem o edifício-sede e as casas de veraneio em Paracuru. É importante destacar que essas ações são feitas diante de limitações orçamentárias e a busca pela ampliação de recursos é uma constante ao longo das gestões iniciadas por Ivonete. No mandato sob o comando da ex-presidente, houve uma reforma mais ampla, contemplando, sobretudo, os elevadores. Fazemos a defesa do tombamento do nosso edifício-sede (sete andares), que tem 65 anos de fundação. Acreditamos que será uma medida relevante, sobretudo para viabilizar o aporte de recursos públicos necessários à sua adequada manutenção.
• A atualização do acervo da nossa Biblioteca e Hemeroteca é também uma constante. Nesta mesma área, a ACI sediou um sem número de lançamentos de livros, inclusive com debates, autógrafos e, por diversas ocasiões, sediou eventos com autores de peso nacional. Em duas ocasiões, o Autógrafo Coletivo reuniu, nas manhãs de domingo, autores locais, dentre os quais diversos associados, que puderam divulgar e vender seus livros, no terraço da entidade.
• No grave momento vivido pelo País com a pandemia da Covid-19 (2020/2021), a entidade seguiu com suas atividades, realizou lives tratando de questões relevantes para a imprensa no País, promoveu ações virtuais alusivas aos seus 95 anos (2020) e adotou, com o rigor necessário, as medidas relativas ao regular cumprimento de suas obrigações junto a funcionários e prestadores de serviço.
• Acerca do nosso Estatuto, cabe destacar ainda que foi atualizado no biênio 2017/2018, envolvendo a diretoria e associados. Ele contemplou diversos pontos que direcionavam a entidade para um desnecessário viés patronal (o Conselho Superior) e buscou ampliar pontos para os profissionais que atuam em diversas áreas da imprensa, bem como ampliou o acesso à entidade para estudantes dos cursos de Jornalismo.
• A ACI teve sua atuação reconhecida na noite de entrega do 6º Prêmio MPCE de Jornalismo, promovido pela Secretaria de Comunicação do Ministério Público do Ceará (Secom/MPCE) em 2024. O evento, que reuniu profissionais da comunicação cearense, destacou a qualidade do trabalho desenvolvido pelos jornalistas do Ceará e a coragem de enfrentar e provocar pautas necessárias e delicadas.
Além da entrega dos prêmios aos jornalistas, o Ministério Público do Estado do Ceará homenageou a ACI pela firme defesa da democracia e da liberdade de Imprensa. Essa homenagem tem relação direta com a atuação da ACI com plantão e orientações, junto a outras instituições, para proteção dos profissionais de imprensa nas eleições de 2022 e 2024.
• Foram realizadas diversas atividades voltadas aos associados, dentre os quais Pré-Carnaval, em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará (Sindjorce), rodas de conversa, confraternizações e ações sociais variadas.
• A ACI ampliou ainda sua interlocução com entidades como o Sindjorce, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O fruto mais recente dessa interlocução foi a participação do Ceará na III Semana Nacional de Jornalismo na ABI, com o tema “Desertos de Notícias”, no dia 8 de abril, em ação conjunta que envolveu ACI e Universidade Federal do Ceará (UFC). A iniciativa reuniu professores dos cursos de jornalismo, dirigentes e associados da ACI entre painelistas e mediador, dentro da temática “Novos Rumos da Comunicação”. O conteúdo, disponível no YouTube (https://www.youtube.com/live/ZXUWcah0zbU?si=-5YLytqj-nUjADih), ocupa a terceira colocação entre os vídeos mais acessados da Semana (dados atualizados pelo YouTube em 15 de maio de 2025), sendo superado apenas pelas atividades realizadas no Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR).
Essas são apenas algumas ações que listamos dentre as diversas realizadas a partir de 2008. Há ainda muito a fazer, com seriedade e compromisso com os associados. Sem demagogia ou com propostas mirabolantes e meramente eleitoreiras. Em nossa visão, os compromissos relevantes com a entidade estão representados na Chapa “ACI a + de 100”, liderada pelos colegas Eliézer Rodrigues (presidente) e Márcia Catunda (vice-presidente), que tenho a honra de compor, como candidato a 1º tesoureiro. Esperamos contar com a confiança dos associados na eleição do dia 6 de junho.
Por fim, uma citação válida: ““Sempre se ouvirão vozes em discordância expressando oposição sem alternativa, descobrindo o errado e nunca o certo, encontrando escuridão em toda parte e procurando exercer influência sem aceitar responsabilidade.” (John F. Kennedy, ex-presidente dos Estados Unidos).
Salomão de Castro
Ex-presidente da ACI (gestões 2016/2019 e 2019/2022) e diretor da entidade (gestão 2022/2025)
