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Quixadá: emissão de uma simples identidade é uma verdadeira via cruzes

A precariedade desse sistema não só viola o direito à cidadania, mas expõe o descaso do poder público com uma demanda urgente e elementar: garantir acesso digno a um documento que é porta de entrada para educação, trabalho e participação social

Foto: FuturoID

É inaceitável que, em pleno século XXI, a população de Quixadá, município com 90 mil habitantes, ainda enfrente obstáculos medievais para emitir um documento básico como a carteira de identidade. Enquanto o mundo avança na digitalização de serviços, os quixadaenses são obrigados a percorrer quilômetros até a capital ou a municípios menores, gastando tempo e recursos em uma jornada desgastante e desnecessária. A precariedade desse sistema não só viola o direito à cidadania, mas expõe o descaso do poder público com uma demanda urgente e elementar: garantir acesso digno a um documento que é porta de entrada para educação, trabalho e participação social.

Há anos, a sociedade clama por solução, direcionando cobranças ao prefeito municipal, à Câmara de Vereadores, ao deputado estadual Osmar Baquit, à Secretaria de Segurança Pública e ao próprio governador Elmano de Freitas. No entanto, as respostas limitam-se a promessas vazias, desculpas esfarrapadas e o silêncio cúmplice de quem ignora o dever de servir. É revoltante que, em períodos eleitorais, todos se comprometam a resolver o problema, mas, após as urnas, abandonem o discurso como se a dignidade quixadaense fosse descartável. Essa ciclicidade de mentiras políticas revela um cálculo mesquinho: a população é lembrada apenas quando interessa aos votos, nunca aos direitos.

Senhor prefeito Ricardo Silveira, deputado Osmar Baquit e governador Elmano de Freitas: está na hora de substituírem a retórica eleitoreira por ações concretas. Não é admissível que o povo, que sustenta seus mandatos com impostos, seja tratado como incapaz de exigir o óbvio. Chega de procrastinar! A estruturação de um posto de atendimento na própria Quixadá não é utopia — é obrigação do Estado. Exigimos transparência no cronograma de implementação e respeito ao cidadão, que está cansado de ser humilhado por um sistema que insiste em negar-lhe o mínimo. Ou vocês agem agora, ou a história registrará seu governo como perpetuadores da desigualdade que tanto combatem em discursos. Basta de omissão.

Wanderley Barbosa
Jornalista e Radialista Profissional
Delegado do SINDRADIOCE
Presidente da AISC e Associado da ACI

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