O investimento em esporte para crianças e adolescentes não é um luxo ou mero entretenimento; é um pilar fundamental na construção de cidadãos saudáveis, física e psicologicamente. A prática esportiva regular molda corpos, combate a obesidade, ensina disciplina, trabalho em equipe, respeito às regras e superação de desafios. Mais crucial ainda, preenche o tempo ocioso, canaliza energias positivas e oferece um sentido de pertencimento e autoestima que atua como um poderoso antídoto contra a sedução do crime e das drogas. Negligenciar essa ferramenta preventiva é ignorar que o desenvolvimento integral da juventude é a base de uma sociedade segura e produtiva. A triste realidade, no entanto, é que iniciativas transformadoras como a Associação de Práticas Esportivas do Campo Novo (APECN) em Quixadá, que há 17 anos resgata jovens da vulnerabilidade com imensa dificuldade financeira, sobrevivem por pura resistência e paixão, sem o suporte estrutural e financeiro mínimo que merecem e necessitam.
É uma lógica perversa e economicamente insustentável: os governos federal, estadual e, especialmente, os municípios do Sertão Central, economizam migalhas ao negligenciar o esporte amador e de base, para depois serem forçados a gastar fortunas astronômicas com políticas paliativas e reativas – construção de presídios superlotados e manutenção de clínicas de recuperação de drogados. O exemplo da APECN grita por replicação e apoio massivo. Rogamos, portanto, à Prefeitura e Câmara Municipal de Quixadá, e estendemos este clamor a todos os gestores e políticos do Sertão Central: invistam energia, recursos e estruturas sólidas nas diversas modalidades esportivas amadoras da cidade e da região. É uma questão de inteligência social e econômica. Paralelamente, conclamamos a imprensa (Emissoras de Rádio, TV, Site de notícias, Blog’s, Web rádio e Web TV): reduzam drasticamente a divulgação sensacionalista da violência, que acaba por banalizar o mal e, inadvertidamente, cultuar figuras nefastas. Substituam esses espaços por uma cobertura ativa e entusiástica do esporte local, das conquistas juvenis e das histórias de superação através do esporte. Seja na quadra, no campo ou nos meios de comunicação, é hora de semear oportunidades e esperança, antes que colhamos apenas tragédias e custos humanos e financeiros insuportáveis.
“O esporte é a ferramenta de inserção social mais eficaz, pois o resultado é imediato e as transformações são surpreendentes.” (Leandro Flores)
Wanderley Barbosa
Jornalista e Radialista Profissional
Delegado do SINDRADIOCE
Presidente da AISC e Associado da ACI