Quixadá é uma joia sertaneja de potencial deslumbrante, ainda não lapidada. A majestosa Pedra da Galinha Choca – cenário único no mundo –, o histórico Açude do Cedro, o fervor religioso do Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, as condições excepcionais para esportes radicais (especialmente o voo livre) e o grande potencial para a sétima arte compõem um cartão-postal natural e cultural de rara beleza. Somam-se a isso uma vitalidade intelectual pulsante, com seis instituições de ensino superior capazes de transformar a cidade num polo de congressos e conhecimento, e um fervilhante celeiro artístico em todas as linguagens. Este conjunto singular – natureza espetacular, fé, aventura, saber e arte – configura um potencial turístico e econômico capaz de posicionar Quixadá não apenas como destino nacional, mas internacional, gerando riqueza e visibilidade incomparáveis.
No entanto, esse potencial esbarra continuamente na miopia e na vaidade efêmera da política local. A falta de visão de longo prazo e a obsessão por marcar gestões com nomes próprios – como a absurda mudança de denominação do tradicional evento “Pula Fogueira”, já consolidado, a cada troca de prefeito – sabotam a construção de tradições sólidas e de uma marca turística forte. Enquanto cidades como Maracanaú veem seus eventos crescerem ano a ano justamente pela manutenção e aprimoramento de suas identidades festivas, Quixadá patina na descontinuidade. É urgente que a sociedade civil, as universidades, os artistas, os empresários e a IMPRENSA unam forças para exigir e construir um projeto de cidade transpartidário e suprapartidário, focado exclusivamente no desenvolvimento sustentável, na geração de emprego e renda, e na valorização permanente de seus ativos naturais, culturais e humanos. O futuro de Quixadá não pode continuar refém de vaidades diminutas; ele pertence ao seu povo e ao seu patrimônio único, que merecem ser celebrados e explorados com sabedoria e perenidade.
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” (Roberto Shinyashiki)
