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Minha eterna preocupação com o abandono do Açude do Cedro

O silêncio ensurdecedor do DNOCS e do IPHAN diante deste vácuo de segurança é um descaso inaceitável com a memória nacional. A pergunta ecoa, angustiante: após o flagrante fracasso da proteção anterior (evidenciado pelos estragos mesmo sob vigilância reduzida), como ficará o Cedro sem nenhum olhar atento?

Foto: Lutero Rômulo

A informação recebida sobre o término iminente do contrato de vigilância do Açude do Cedro hoje, 30, sem qualquer plano de substituição, enche-nos de profunda apreensão e indignação. Este patrimônio centenário, símbolo da engenharia imperial brasileira, marco da história do Nordeste e cartão postal incontestável de Quixadá, ficará completamente desguarnecido – à mercê da depredação e do vandalismo que já lhe causaram tantos danos: pichações, destruição de pilares históricos, mortes e uso indevido como “motel” ou “cachaçódromo”.

O silêncio ensurdecedor do DNOCS e do IPHAN diante deste vácuo de segurança é um descaso inaceitável com a memória nacional. A pergunta ecoa, angustiante: após o flagrante fracasso da proteção anterior (evidenciado pelos estragos mesmo sob vigilância reduzida), como ficará o Cedro sem nenhum olhar atento? A omissão das instituições parece uma sentença para novas perdas irreparáveis.

É particularmente amarga a constatação do abandono político local. O atual prefeito, Dr. Ricardo Silveira, que avidamente utilizou o abandono e as imagem imponente do açude como cenário de sua campanha em 2019 – demonstrando aos incautos eleitores proximidade com as autoridades do DNOCS –, revelou, após eleito, indiferença chocante para com o maior tesouro histórico de sua cidade. Seu silêncio estridente desde 2020, diante da degradação progressiva e agora da retirada da já frágil vigilância, configura uma traição ao patrimônio que jurou administrar e à confiança dos eleitores.

Este desmonte da proteção, sem protesto ou ação efetiva da gestão municipal, alimenta o temor de que o Açude do Cedro esteja sendo tragicamente relegado ao esquecimento e à ruína. Enquanto isso, autoridades federais e locais imitam Pilatos, lavando as mãos. A pergunta final ressoa, carregada de desalento: Ninguém vai, efetivamente, fazer NADA para salvar nosso patrimônio?

“Quixadá, minha linda cidade, porém sofrida e maltratada.”

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