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Maus-tratos a animais são realidade cruel em Quixadá, Quixeramobim e em todo o Sertão Central

Cães, gatos, jumentos, burros e cavalos seguem sendo vítimas de violência, negligência e abandono em níveis alarmantes. Na ausência de políticas públicas efetivas – como campanhas massivas de castração, vacinação, educação sobre posse responsável e fiscalização contínua –, os animais permanecem à mercê da sorte

Foto: Divulgação/PCCE

Chega mais um Dezembro Verde, mês nacional de conscientização contra o abandono e os maus-tratos de animais. Enquanto a campanha busca mobilizar sociedade e poder público, uma pergunta ecoa no Sertão Central: o discurso está se convertendo em proteção real? A resposta, escancarada na rotina de cidades como Quixeramobim e Quixadá, é dura: não.

Cães, gatos, jumentos, burros e cavalos seguem sendo vítimas de violência, negligência e abandono em níveis alarmantes. Na ausência de políticas públicas efetivas – como campanhas massivas de castração, vacinação, educação sobre posse responsável e fiscalização contínua –, os animais permanecem à mercê da sorte. Muitos são explorados até o limite, descartados quando não servem mais, e relegados a uma vida entre o descaso e a brutalidade.

Um caso recente, denunciado à nossa coluna, expõe a gravidade da situação. Um filhote de jumenta teria sido vítima de maus-tratos durante uma aposta para ver se o animal beberia cerveja. O vídeo, que circulou em grupos de WhatsApp, mostra o filhote sendo arrastado, manipulado, agredido e levantado no ar como “diversão”. As informações indicam que o episódio ocorreu no Conjunto Esperança, em Quixeramobim.

A cena revela mais do que um ato isolado de crueldade; é sintoma de uma cultura que ainda trata seres vivos como objetos descartáveis ou instrumentos de entretenimento.

Crime impune não é normalidade

A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) é clara: maus-tratos a animais é crime, com pena de detenção e multa. No entanto, a aplicação da lei segue frágil. É dever urgente do poder público – Ministério Público, Delegacia de Proteção Ambiental, secretarias municipais – apurar denúncias como essa, identificar os responsáveis e garantir que a impunidade não perpetue a violência.

A falta de ação eficaz dos órgãos competentes não só falha com os animais, como reforça a sensação de que tais atrocidades podem ser cometidas sem consequências.

É hora de transformar símbolo em ação

O Dezembro Verde não pode ser apenas um lembrete passageiro. Ele precisa ser o catalisador de mudanças concretas. Quixeramobim, Quixadá e toda a região, necessita com urgência de:

  • Um programa permanente de proteção animal, com castração contínua e acessível;
  • Campanhas educativas em escolas e comunidades;
  • Estrutura de acolhimento e atendimento veterinário público;
  • Fiscalização ativa e rigorosa, no perímetro urbano e na zona rural.
  • A sociedade também tem seu papel: denunciar, pressionar por políticas públicas, apoiar protetores independentes e praticar a posse responsável.

O caso do filhote de jumenta é a ponta de um iceberg de dor que atinge milhares de animais silenciosos. Eles sentem fome, medo e desamparo. Dependem de uma mudança de postura coletiva.

Que este Dezembro Verde seja o início de um novo capítulo. Um onde a compaixão e a justiça prevaleçam, e onde cada vida – humana ou não – seja respeitada no Sertão Central.

Quixeramobim pode se orgulhar de um de seus filhos: o empresário e radialista Sérgio Machado, sensível e dedicado à causa da proteção animal. Que toda a sociedade do Sertão Central siga seu belo exemplo.

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