A votação que derrubou o plano do governo Lula de aumentar o IOF acendeu um alerta importante para o Palácio da Abolição.
Dos deputados cearenses, 12 votaram contra a proposta. Mas o mais curioso é que boa parte desses votos veio de parlamentares aliados do governador Elmano de Freitas. E o detalhe que não passa batido é que a maioria deles é do PDT, partido que, apesar de ainda compor a base do governo estadual, vive um momento de reposicionamento político.
Esse movimento levanta uma pergunta que muita gente já anda fazendo nos bastidores: o PDT está mandando um recado?
Desde a derrota nas eleições municipais e com a saída de nomes fortes como Cid Gomes, a sigla parece buscar novos caminhos. Essa votação contra o IOF pode ter sido mais uma forma de se distanciar, aos poucos, do campo lulista. Afinal, não se trata apenas de economia, mas de palanque. Em ano pré-eleitoral, cada voto no Congresso carrega também uma mensagem sobre as alianças que se formam ou se desfazem para 2026.
Para Elmano, esse cenário merece atenção. Se os aliados no papel começam a se comportar como independentes no Congresso, é sinal de que a costura política pode precisar de reforço. O governador, que conta com o apoio direto de Lula no Ceará, terá que administrar sua base na Assembleia Legislativa e os sinais que vêm de Brasília. E num estado onde o jogo político muda de rumo com frequência, um voto hoje pode virar discurso de campanha amanhã.
O que se vê é que a política cearense continua fervendo. A direita se organiza, a esquerda tenta manter a base unida, e o centro, representado por partidos como o PDT, vai se reposicionando, tentando entender onde terá mais espaço em 2026. A votação do IOF foi só um teste, mas os bastidores já estão se movimentando com intensidade.
