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Feriado Nacional em debate: pauta que avança no Congresso acende alerta sobre os impactos no país

Em um país que luta por crescimento, geração de emprego e estabilidade fiscal, a recorrência de feriados prolongados contribui para um ciclo de interrupção da produção, diminuição da arrecadação e instabilidade nos setores produtivos

Foto: iStock

Nesta semana, o Congresso Nacional recebeu uma nova proposta que reacende um antigo debate: a criação de mais um feriado nacional. A matéria, ainda em fase inicial de tramitação, propõe transformar o dia de hoje em data oficial de celebração nacional. O tema, no entanto, vem gerando reações contrárias, especialmente entre setores da economia, especialistas em produtividade e líderes da sociedade civil.

Enquanto a intenção da pauta pode carregar simbolismos históricos, culturais ou religiosos, a discussão inevitavelmente esbarra numa realidade incômoda: o Brasil já é um dos países com o maior número de feriados no mundo. Segundo levantamento da OCDE, o Brasil tem uma média de 12 feriados nacionais por ano, sem contar os estaduais e municipais, o que frequentemente resulta em extensos feriadões — períodos que, para muitos, significam lazer, mas que para o país, em geral, representam prejuízos bilionários.

Economia parada, país parado

Em um país que luta por crescimento, geração de emprego e estabilidade fiscal, a recorrência de feriados prolongados contribui para um ciclo de interrupção da produção, diminuição da arrecadação e instabilidade nos setores produtivos. Para micro e pequenos empresários, o impacto é ainda mais cruel: cada dia parado representa queda nas vendas, perda de faturamento e aumento da informalidade.

Especialistas apontam que os prejuízos para a indústria podem chegar a cifras milionárias por dia. O setor de serviços também sofre, especialmente nas áreas que dependem de funcionamento contínuo, como saúde, transporte e logística. Para muitos trabalhadores, o feriado nem sempre é sinônimo de descanso, mas de insegurança, especialmente para quem vive de diárias ou comissões.

Mais folga, mais riscos sociais

Outro ponto crítico diz respeito à segurança pública. Dados dos principais órgãos de trânsito e saúde mostram que os feriados prolongados registram aumento significativo no número de acidentes rodoviários, consumo excessivo de álcool, casos de violência doméstica e sobrecarga nos hospitais. Um levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária aponta que feriados prolongados concentram até 40% dos acidentes graves nas estradas brasileiras ao longo do ano.

Hora de rever, não ampliar

Em vez de ampliar a lista de feriados, muitos especialistas defendem que o país deveria discutir com seriedade uma reforma nesse calendário. Um modelo mais racional — que preserve datas simbólicas, mas evite o prolongamento de feriados ou os transfira para os finais de semana — seria mais coerente com o atual momento de reconstrução econômica e social do país.

A aprovação de mais um feriado pode parecer, à primeira vista, um gesto de valorização da história ou da cultura. No entanto, é preciso que o Parlamento brasileiro ouça as vozes que clamam por um país mais produtivo, mais estável e mais seguro. Feriado é celebração, sim, mas um país que para demais, não avança.

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