A projeção de que Quixadá poderá duplicar sua população até 2050 não é mera especulação, mas um alerta urgente. O atual modelo de crescimento, marcado por expansão urbana desordenada e loteamentos sem infraestrutura básica (saneamento, drenagem, áreas verdes), impulsionado por especulação imobiliária, semeia uma crise profunda. Sem um PLANO DIRETOR robusto e atualizado que discipline o uso do solo e exija contrapartidas efetivas dos empreendimentos, a cidade condenará as futuras gerações a herdar um território fragmentado, insalubre e socialmente excludente. Os custos para remediar esses problemas em 2050 serão astronômicos e muito superiores ao investimento em planejamento hoje.
Para assegurar um desenvolvimento sustentável e próspero até 2050, Quixadá precisa de uma estratégia integrada: diversificar o turismo (além dos monólitos, com serviços qualificados e conectividade); impulsionar o agronegócio (agricultura irrigada de alto valor agregado e agroindústria); e investir em cultura, esporte e, crucialmente, na geração de empregos. Este último ponto exige atrair investimentos diversificados (tecnologia, serviços, indústria limpa) e criar um ecossistema que transforme o conhecimento das universidades locais em inovação e empreendedorismo. A ausência desta visão estratégica resulta de ciclos políticos curtos focados em obras imediatistas, pressões de grupos econômicos, despreparo técnico e uma sociedade civil ainda pouco mobilizada. Atualizar o PLANO DIRETOR é, portanto, o passo fundamental e incontornável para romper com a miopia coletiva e converter a preocupação com 2050 em ação política concreta, evitando um futuro de problemas agravados e oportunidades perdidas.
“O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente.” (Mahatma Gandhi)
