Onze recém-nascidos receberam, por engano, soro contra picada de cobra no lugar da vacina contra hepatite B no Hospital Santa Cruz de Canoinhas, localizado no Norte de Santa Catarina. O caso ocorreu entre os dias 9 e 11 de julho e foi confirmado pelo município nesta terça-feira, 15. Apesar da falha, os bebês não apresentaram reações adversas e seguem sendo acompanhados pelas autoridades de saúde.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, os recém-nascidos foram medicados com imunoglobulina heteróloga, conhecida como soro antibotrópico, utilizado para tratar picadas de jararaca. A aplicação incorreta ocorreu devido à semelhança entre os rótulos das medicações, que são produzidas pelo mesmo laboratório, conforme explicou a diretora do hospital, Karin Adur. Ela destacou que a dose aplicada foi de apenas 0,5 ml, o que representa um risco muito pequeno à saúde dos bebês.
Em nota oficial, o Hospital Santa Cruz, que é filantrópico e possui convênio com o município, afirmou que está apurando o caso por meio de uma sindicância interna. “Reforçamos que nenhuma reação adversa foi identificada nos recém-nascidos, os quais não estão internados, permanecem estáveis e sob acompanhamento, estando todas as famílias sendo acompanhadas por nossa equipe que está seguindo todos os protocolos de segurança dos pacientes”, declarou a instituição.
A Secretaria de Saúde de Canoinhas foi informada do erro pela Regional de Saúde de Mafra na segunda-feira, 14, e notificou imediatamente as famílias. A Vigilância Epidemiológica do município assumiu o acompanhamento dos bebês.
Após a repercussão do caso, a prefeita Juliana Maciel anunciou que pretende contratar uma auditoria independente para investigar a falha. Ela também ressaltou que parte dos atendimentos realizados pelo hospital é feita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e que o município repassa cerca de R$ 1 milhão por mês para custear os serviços prestados pela unidade.
O que o hospital disse?
O Hospital Santa Cruz de Canoinhas informa que identificou, no dia 11 de julho de 2025, uma ocorrência envolvendo a administração de medicamento em sua unidade de maternidade, a qual está sendo devidamente apurada por meio de sindicância interna.
Desde o primeiro momento, o Hospital adotou todas as medidas de assistência e acolhimento às famílias e aos recém-nascidos envolvidos, que vêm e serão monitorados de forma contínua por nossa equipe multidisciplinar.
Reforçamos que, nenhuma reação adversa foi identificada nos recém-nascidos, os quais não estão internados, permanecem estáveis e sob acompanhamento, estando todas a famílias sendo acompanhadas por nossa equipe que está seguindo todos os protocolos de segurança dos pacientes.
O Hospital reafirma seu compromisso com a transparência, com a ética profissional e, sobretudo, com a segurança e bem-estar de seus pacientes e da comunidade, adotando todas as providências cabíveis para o total esclarecimento do ocorrido.