Se o tal tarifaço prometido por Donald Trump se confirmar em agosto, o Ceará será, certamente, o estado mais afetado.
Segundo o Comex Stat, nada menos que 52,2% das exportações cearenses no primeiro semestre de 2025 foram destinadas aos Estados Unidos, principalmente produtos da siderurgia e calçados. Ou seja, qualquer barreira adicional no mercado americano já começa a pesar no bolso do nosso pessoal que produz por aqui.
E não é só a economia que está em jogo. A família Bolsonaro, especialmente Eduardo, com quem Trump já tenta influenciar o cenário brasileiro, pode ser uma grande aliada na campanha presidencial americana.
De acordo com análise da jornalista Natuza Nery, esse tipo de articulação política não está apenas unindo os irmãos Bolsonaro ao redor de Trump, mas pode jogar pesado na agenda externa do Brasil. Para o Ceará, que já vive um período de instabilidade econômica, qualquer pressão externa vira pressão local.
Diante desse quadro, empresários daqui já começam a estudar plano B. Estão buscando novos mercados, tentando parceiros na Europa ou na Ásia para não ficar totalmente dependentes dos EUA. Enquanto isso, a bancada federal cearense terá que pressionar Brasília para garantir apoio, daí compensações ou condições especiais caso o tarifaço entre em vigor. É hora de agir rápido e com união.
No fim das contas, o Ceará está mais exposto do que qualquer outro estado brasileiro. Aqui a exportação não é acessório, é parte essencial do sustento de milhares de famílias. A gente torce para Trump recuar, mas se ele apertar, é bom que a pressão política interna comece de imediato, porque o prejuízo pode ser maior do que muitos imaginam.
