Celebrar o Dia Nacional do Escritor em 25 de julho é reconhecer a vitalidade que esses artesãos da palavra injetam na sociedade. Eles são muito mais que criadores de histórias ou registradores de fatos; são construtores de identidade, guardiões da memória coletiva e pontes entre realidades diversas. Seja através da ficção que nos transporta e emociona, da poesia que condensa sentimentos universais, ou da não-ficção que ilumina e informa, os escritores têm o dom único de moldar pensamentos, questionar estruturas e entreter, sim, mas também de educar e despertar consciências. Suas obras são alimento para a alma e ferramentas essenciais para o desenvolvimento crítico de um povo, permitindo-nos compreender melhor quem somos, de onde viemos e para onde podemos ir enquanto nação e indivíduos.
Nesse contexto, é urgente e fundamental valorizar os talentos literários que brotam em nosso próprio solo, como os brilhantes escritores reunidos na Academia Quixadaense de Letras (AQL) e muitos outros espalhados pelo Sertão Central. A prática persistente e sem lógica de adotar nas escolas – públicas e particulares de Quixadá e região – apenas livros de autores de outras regiões do Brasil é, de fato, um desrespeito ao nosso patrimônio cultural local e uma forma de desestimular nossa própria produção literária. Precisamos romper esse ciclo que, inadvertidamente, fortalece narrativas alheias enquanto apaga as nossas. Incluir as obras dos escritores sertanejos no currículo escolar não é apenas um ato de justiça e reconhecimento; é um investimento poderoso na autoestima da região, permitindo que nossas crianças e jovens se vejam refletidos nas páginas que leem, compreendam as nuances de sua própria terra e cultura, e se inspirem para também contar as histórias do nosso rico sertão. Valorizar nossos escritores é valorizar a essência do lugar que chamamos de lar.
“Um país se faz com homens e livros.” (Monteiro Lobato)