Home Wanderley Barbosa Além dos Monólitos: Quixadá desperta para o potencial adormecido do turismo literário

Além dos Monólitos: Quixadá desperta para o potencial adormecido do turismo literário

Esse potencial está personificado na Academia Quixadaense de Letras (AQL), a primeira instituição do gênero no Sertão Central. Fundada em 27 de outubro de 2012, a AQL prepara-se para celebrar 13 anos de dedicação às letras e à cultura local

Foto: Divulgação/AQL

Conhecida nacionalmente pela esportiva aventura do voo livre, que colore seu céu azul, e pela paisagem única esculpida em monólitos, Quixadá guarda um tesouro cultural ainda pouco explorado: uma fervilhante cena literária. A cidade, que possui atrações históricas como o Açude do Cedro (obra do Imperador D. Pedro II) e o belíssimo Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, tem na sua produção intelectual uma outra grande oportunidade empreendedora para o turismo.

Esse potencial está personificado na Academia Quixadaense de Letras (AQL), a primeira instituição do gênero no Sertão Central. Fundada em 27 de outubro de 2012, a AQL prepara-se para celebrar 13 anos de dedicação às letras e à cultura local. Atualmente composta por 38 imortais, a Academia vive um momento de renovação: em novembro, novos escritores serão empossados para ocupar as cadeiras vagas. Em breve, serão abertas as inscrições para um processo seletivo que convoca talentos não apenas de Quixadá, mas de toda a região do Sertão Central.

Apesar do protagonismo cultural, a AQL ainda luta por maior visibilidade e apoio do poder público. Acadêmicos e entusiastas da cultura defendem que a cidade precisa enxergar na instituição mais do que um grupo de intelectuais, mas um verdadeiro motor para um novo segmento econômico: o turismo literário.

A proposta é ambiciosa e visionária: transformar Quixadá em sede de um grande encontro literário cearense anual. Com o amadurecimento, o evento poderia ousar mais, tornando-se um Encontro Literário do Nordeste, entrando definitivamente para o calendário oficial de eventos da cidade e atraindo nomes nacionais e internacionais, seguindo o bem-sucedido exemplo da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP), no Rio de Janeiro.

“Quixadá não pode desperdiçar seus potenciais turísticos, entre outros, o turismo literário “, defende o jornalista Wanderley Barbosa (um dos fundadores/idealizador da AQL). Essa modalidade de turismo, que vai além da venda de livros, cria experiências imersivas para os visitantes. Como bem define a escritora e pesquisadora portuguesa Silvia Quinteiro, especialista no tema, ” O turismo literário nos permite caminhar por onde os personagens andaram, sentir as emoções que eles sentiram e, assim, entender melhor o que é ser humano.”

Investir nesse segmento significa criar roteiros que liguem a paisagem única de Quixadá à produção de seus escritores, promover feiras, saraus em praças públicas, cafés literários e visitas guiadas que contem a história da cidade através das palavras de quem a imortalizou no papel.

O desafio, agora, é fazer com que as autoridades e a iniciativa privada enxerguem na Academia Quixadaense de Letras (AQL) não um custo, mas um investimento. Um investimento que pode colocar Quixadá no mapa cultural do Brasil, mostrando ao mundo que a cidade não é apenas um cenário de Monólitos, mas também um palco privilegiado para a arte, a literatura e a profunda reflexão sobre o que é ser sertanejo.

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