Um episódio de lealdade e emoção marcou a cidade de Ipuiúna, no Sul de Minas Gerais. O cachorro Nick percorreu cerca de 12 quilômetros para chegar ao velório de seu tutor, Claudemir Cândido Luiz, conhecido como Marola, de 45 anos, que faleceu vítima de um infarto fulminante. Nick saiu sozinho da zona rural até o centro da cidade, onde ocorria a despedida. Familiares e amigos ficaram comovidos quando o cão apareceu, permaneceu junto ao caixão e chegou a chorar baixinho, segundo testemunhas. O caso foi registrado em reportagem do Jornal da EPTV, afiliada da TV Globo, e rapidamente ganhou repercussão nacional.
A cena reforça algo que a ciência já começa a estudar com mais atenção: cães podem apresentar comportamentos de luto quando perdem seus companheiros humanos ou animais. É comum observarem-se sinais como apatia, recusa de alimento, vocalizações, busca pelo dono ausente e alterações no sono. Ainda que não possamos afirmar que compreendam a morte da mesma forma que nós, é inegável que existe uma resposta emocional intensa. Nick demonstrou isso ao refazer sozinho a rota que sempre percorria com o tutor, para estar junto dele no último adeus.
Histórias como essa emocionam porque espelham o que vivemos: fidelidade, memória, vínculo e cuidado. O amor de um cão, mesmo expresso em comportamentos simples, é profundo. Para muitas famílias, incluir o animal nos momentos de despedida é também uma forma de respeito. Esse caso nos lembra que os animais sentem, sofrem e precisam de atenção especial em situações de perda. A comunidade pode agir oferecendo acolhimento, segurança e apoio nesses momentos. Mais do que emoção, trata-se de responsabilidade coletiva em relação ao bem-estar animal.
Se um animal aparecer em um velório, é importante garantir segurança, evitar tumultos e permitir uma breve despedida se a família desejar. Animais em luto precisam de rotina, companhia e cuidado, pois mudanças bruscas podem agravar o sofrimento. É essencial observar sinais de estresse e, se necessário, procurar orientação de um médico-veterinário ou especialista em comportamento animal.
Relatos como o de Nick não são apenas emocionantes: eles educam e conscientizam. Mostram que o vínculo humano-animal vai além da convivência diária e que esses laços merecem respeito. Ao dar visibilidade a episódios assim, contribuímos para uma sociedade mais sensível, responsável e protetora dos animais.