Home Política Câmara aprova projeto que proíbe desconto de mensalidades no INSS sem autorização...

Câmara aprova projeto que proíbe desconto de mensalidades no INSS sem autorização expressa

Proposta ainda será analisada pelo Senado e prevê devolução rápida de valores descontados indevidamente, além de novas regras para crédito consignado

Foto: iStock

A Câmara dos Deputados concluiu, na madrugada dessa quinta-feira, 4, a votação do projeto de lei que proíbe o desconto automático de mensalidades de associações, sindicatos, entidades de classe e organizações de aposentados e pensionistas nos benefícios do INSS, mesmo quando houver autorização expressa do segurado. A proposta segue agora para análise do Senado.

O texto aprovado é um substitutivo do deputado Danilo Forte (União-CE) ao PL 1546/24, de autoria do deputado Murilo Galdino (Republicanos-PB). Entre os pontos principais, o projeto mantém a possibilidade de desconto apenas para operações financeiras, como a antecipação de benefícios, quando o segurado opta por receber parte do valor de forma adiantada, serviço disponível atualmente pelo programa Meu INSS Vale+, que libera até R$ 150 para despesas realizadas com o cartão do programa.

Novas regras para crédito consignado

O texto também altera a definição da taxa máxima de juros para empréstimos consignados. Hoje, essa taxa é estabelecida pelo Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), mas, com a mudança, o Conselho Monetário Nacional (CMN) assumirá a responsabilidade, considerando critérios de proteção aos beneficiários e viabilidade das operações.

O CNPS, que atualmente tem 15 integrantes, incluindo representantes do governo, trabalhadores, aposentados e empregadores, vinha sendo questionado na Justiça sobre essa competência. Desde o ano passado, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) move uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que o órgão não defina mais os limites de juros.

Fiscalização e devolução de valores indevidos

O projeto estabelece que o INSS deverá realizar busca ativa para identificar beneficiários lesados por descontos irregulares. A análise poderá ser feita por meio de auditorias, denúncias, ações judiciais ou reclamações registradas. Populações mais vulneráveis e localidades de difícil acesso terão prioridade.

Caso uma instituição financeira realize descontos indevidos, será obrigada a devolver o valor integral, atualizado, no prazo de 30 dias a partir da notificação do INSS ou de decisão administrativa que reconheça a irregularidade.

Se o banco não cumprir a determinação, o INSS fará o ressarcimento ao beneficiário e acionará a instituição para reaver os recursos. Caso a cobrança não tenha sucesso, será possível recorrer ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), sem utilizar receitas da Seguridade Social.

Deixe seu comentário:

Please enter your comment!
Please enter your name here