Para quem pensa que apenas o campo político da direita está desarticulado, ledo engano. Na entrevista ao podcast As Cunhãs, José Guimarães deixou claro que não abre mão da candidatura ao Senado em 2026.
O líder do governo Lula na Câmara fez questão de marcar posição, mas, nos bastidores, o que se comenta é que ele dificilmente será candidato. Essa diferença entre o discurso público e a leitura interna mostra o quanto a corrida para o Senado ainda está aberta no Ceará.
De outro lado, o deputado federal Júnior Mano (PSB) preferiu ficar calado. Foi uma resposta estratégica ao recado direto que Guimarães deu, ao dizer que quem não for leal ao Planalto não terá o apoio de Lula.
O recado tem peso, porque, no Ceará, o selo de apoio do presidente continua valendo muito eleitoralmente. Ao mesmo tempo, o silêncio de Júnior Mano mostra que ele não quer se indispor agora, mantendo as cartas guardadas para o momento certo.
Guimarães também opinou sobre Ciro Gomes, afirmando que ele não será candidato ao governo. A fala reforça a tentativa do líder petista de enquadrar o cenário, mas é sempre arriscado descartar Ciro de antemão, já que o ex-ministro costuma surpreender com movimentos fora da curva. O comentário mostra que o PT trabalha com a leitura de que a disputa pelo governo tende a ser mais entre os nomes locais já postos, como Elmano e a oposição liderada pelo PL e União.
O que se vê é um jogo com muitas vaidades e estratégias de tempo. Guimarães tenta mostrar força, Júnior Mano aguarda a hora certa de se posicionar, e outros nomes correm por fora, esperando o cenário ficar mais claro.
O Senado, com duas vagas em disputa, é o grande prêmio de 2026 no Ceará e promete atrair brigas pesadas. A disputa não será só de nomes, mas também de quem sabe usar o silêncio, os recados e as alianças na hora certa ao seu favor.
