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Acusado de matar técnica de enfermagem com 109 facadas em Fortaleza é condenado a 13 anos prisão

O julgamento ocorreu na semana passada, na 4ª Vara do Júri, e também decidiu absolver Maria do Socorro de Souza Cavalcante, que havia sido acusada de envolvimento no caso

Foto: Reprodução/Instagram

O Tribunal do Júri de Fortaleza condenou José Leonardo da Costa Damasceno, conhecido como “Leo Gordim”, a 13 anos e seis meses de prisão, além de um ano de detenção, pela morte da técnica de enfermagem Maria Clara Barbosa Ramos, chamada por amigos de “Duda”. O julgamento ocorreu na semana passada, na 4ª Vara do Júri, e também decidiu absolver Maria do Socorro de Souza Cavalcante, que havia sido acusada de envolvimento no caso.

Segundo a sentença, José Leonardo foi considerado culpado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Ele também foi condenado a pagar R$ 10 mil em indenização por danos morais aos familiares da vítima.

O crime

Maria Clara, natural de Natal, no Rio Grande do Norte, estava em Fortaleza desde 2023 e atuava como profissional do sexo. Na noite de 12 de novembro daquele ano, ela conheceu José Leonardo e Maria do Socorro em uma casa de shows no bairro Serrinha. Após o evento, os três seguiram para o apartamento do casal, localizado no bairro Paupina.

De acordo com a investigação, o crime ocorreu por volta das 2h da madrugada do dia 13, quando Leo Gordim atacou a vítima com mais de 100 facadas no rosto e no tórax, dentro da residência. O laudo cadavérico apontou ferimentos profundos e múltiplos, que atingiram órgãos vitais como pulmão e coração, configurando morte por meio cruel e surpresa, o que agravou a pena.

Após o homicídio, Leonardo teria pedido ajuda a um vizinho, Carlos Henrique de Sousa Rodrigues, conhecido como “Pelé”, para se livrar do corpo. Juntos, enrolaram a vítima em um lençol e a colocaram no porta-malas de um veículo. Em seguida, o corpo foi jogado da ponte da Sabiaguaba, onde foi encontrado por populares na manhã seguinte.

Durante o trajeto, o carro chegou a colidir e ficou danificado. Para tentar esconder as evidências, os envolvidos retornaram para casa de aplicativo e mandaram rebocar o veículo até uma oficina, onde fariam o conserto e a limpeza dos vestígios de sangue, ação que configurou o crime de fraude processual.

Em depoimento, José Leonardo negou ser o autor das facadas e tentou atribuir o crime a Pelé, alegando que o vizinho o teria ameaçado e obrigado a participar da ocultação do corpo. A versão, no entanto, foi rejeitada pelo tribunal, que entendeu que as provas e testemunhos apontavam o contrário.

A defesa também questionou a legalidade da apreensão do carro, alegando falta de autorização judicial. O juiz rejeitou o argumento, destacando que a medida foi legítima diante da urgência em evitar a destruição das provas.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) sustentou que o assassinato foi cometido por motivo torpe, com uso de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O tribunal acatou a tese e condenou Leo Gordim.

Já Maria do Socorro, apontada como cúmplice por ceder o local e a faca utilizada no crime, foi absolvida. O terceiro acusado, Carlos Henrique de Sousa Rodrigues, que responde apenas por ocultação de cadáver, segue foragido, e o processo contra ele está suspenso.

José Leonardo continua preso preventivamente.

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