O ex-prefeito de Fortaleza José Sarto anunciou, nessa terça-feira, 21, sua saída do PDT e o retorno ao PSDB, partido ao qual já foi filiado no início da década de 1990. A filiação será oficializada nesta quarta-feira, 22, durante o evento que também marcará o retorno de Ciro Gomes à sigla tucana.
Sarto iniciou sua carreira política em 1988, quando foi eleito vereador de Fortaleza pelo Partido Democrata Cristão (PDC). Poucos anos depois, ingressou no PSDB, acompanhando Ciro Gomes, então uma das principais lideranças do partido no Ceará.
Durante sua passagem pela legenda, Sarto se envolveu em uma das maiores crises internas do PSDB na Câmara Municipal. O impasse ocorreu quando o então prefeito Juraci Magalhães (PMDB) propôs uma emenda à Lei Orgânica do Município para conceder 30 mil bolsas de estudo em escolas particulares. O PSDB, que fazia oposição, orientou voto contra o projeto, sob a justificativa de que a proposta tinha caráter clientelista.
Mesmo assim, oito dos nove vereadores tucanos votaram a favor, entre eles José Sarto. A decisão contrariou a executiva estadual, então comandada pelo senador Beni Veras, que ameaçou expulsar os dissidentes. A crise se estendeu até o fim de 1991, e o episódio ficou marcado como uma das maiores tensões vividas pelo PSDB na política fortalezense.
Embora tenha sido incluído na lista de vereadores “convidados a sair”, Sarto não chegou a ser formalmente expulso. Pouco tempo depois, ele deixou o PSDB e ingressou no então PMDB (hoje MDB), partido de Juraci Magalhães. Mais tarde, em 1999, reencontrou Ciro Gomes no PPS, legenda que daria origem ao atual PDT, onde permaneceu até agora.
Mais de 30 anos depois, o ex-prefeito retorna ao PSDB em um movimento político que simboliza uma reaproximação com suas origens e com antigos aliados. “De volta ao partido que ajudamos a criar e que deu ao Brasil a tão sonhada estabilidade econômica, renovo minha crença de que só a política é capaz de melhorar a vida das pessoas”.
A volta do ex-prefeito ocorre no mesmo momento em que Ciro Gomes também retorna à legenda, reforçando a tentativa de reconstrução de um bloco oposicionista no Ceará. Ambos têm defendido um discurso de renovação política e de crítica à atual gestão estadual.
