A pré-estação chuvosa no Ceará, que compreende os meses de dezembro e janeiro, começa em duas semanas. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o período tem média histórica de 136,1 milímetros. As chuvas são essenciais para recarga dos açudes, embora esse processo não ocorra de forma imediata.
Neste sábado, 15, dados do Portal Hidrológico do Ceará mostram que o estado registra 43,23% de sua capacidade hídrica acumulada, o equivalente a 7,9 bilhões de metros cúbicos. O volume é bem inferior ao observado em 1º de maio deste ano, quando o estado acumulava 10,2 bilhões de m³ (55,64%). A redução, porém, é considerada natural no segundo semestre, quando as chuvas ficam escassas. Entre agosto e novembro, as precipitações são raras e pontuais, sem impacto significativo na recarga dos açudes.
Entre os três maiores reservatórios do estado, o Castanhão é o único que apresenta situação crítica neste momento. Maior açude do Ceará, ele opera com 22,88% da capacidade, uma queda de 7,2 pontos percentuais em relação aos 30,08% registrados em 1º de maio deste ano. O cenário mais favorável é o do Orós, que sangrou em 2025 e segue em nível considerado muito confortável, com 76,88%.
O Açude Banabuiú, terceiro maior do estado, está em situação de alerta. Com 30,59% da capacidade, o reservatório é estratégico para a bacia homônima, sobretudo após passar a atender o projeto Malha D’Água, cujo setor 1 foi inaugurado em 12 de agosto deste ano. A iniciativa é considerada um dos maiores empreendimentos de segurança hídrica do país e o maior do Ceará.
Dos 143 reservatórios monitorados pela Cogerh, apenas um segue sangrando: o Açude Caldeirões, em Saboeiro, na bacia do Alto Jaguaribe. Ao todo, 30 açudes estão com volume inferior a 30%. Já o Aracoiaba, na Bacia Metropolitana, é o único acima de 90% da capacidade, embora não esteja sangrando.




