Há um dito popular que atribui uma triste sina ao oitavo mês do nosso calendário: “Agosto é o Mês do Desgosto”, e algumas coincidências reforçam essa condição. Aconteceu em 22 de agosto de 1976 o acidente fatal com o carro no qual viajava o ex-presidente Juscelino Kubitschek e em 31 de agosto de 1997, outro acidente choca o mundo com a morte da Princesa Diana. Agosto também nos fez chorar por nossos ídolos da música: o “Rei do Baião” Luiz Gonzaga (02/08/1989), o Rei do Rock Elvis Presley (16/08/1977) e Raul Seixas (21/08/1981). Além de famosos, muitos anônimos perdem suas vidas por variadas causas. Mas alguns episódios se destacam pelo significado da ação praticada.
A cidade de Fortaleza foi palco de uma tragédia no mês de Agosto quando ocorreu uma explosão no Depósito de Éter da então denominada “Casa de Saúde Dr. César Cals”. Era 04 de agosto 1959. Um jovem estudante, ao passar pelo local, se dá conta da necessidade de agir colaborando para salvar os pacientes, acompanhantes e servidores que lá dentro estavam cercadas pelo fogo. Foi então que o jovem empreendeu sua ação de salvamento de muitos. Entretanto, uma explosão de um tubo de oxigênio, do qual estava muito próximo, o atingiu provocando queimaduras em 80% do seu corpo. Levado imediatamente para a “Assistência Municipal” (atual Hosp. José Frota), veio a falecer em 11 de agosto de 1959 – Dia do Estudante.
Neste mês de novembro, uma ocorrência na área externa do atual Hospital Geral Dr. César Cals trouxe de imediato a recordação do episódio fatídico do ano de 1959 e do ato heroico daquele jovem estudante que desejava salvar vidas. Dentre as homenagens ao moço de coragem, a primeira foi realizada pelo Corpo de Bombeiros. Outras também estão sob a forma de bustos na praça defronte ao local do incêndio, denominação de escolas e outras.
À época deste incêndio eu morava em Quixeramobim e ainda não entendia o impacto dos fatos ocorridos; apenas escutava os comentários dos adultos. Ao vir morar na Capital conheci mais essa história, pois tive um irmão que passou por longo tratamento na referida Unidade Hospitalar e minha curiosidade me levava a conversar com os funcionários mais antigos.
Concluindo sobre o estudante JOÃO NOGUEIRA JUCÁ, penso que sua vida se multiplicou ao permitir que muitas outras foram salvas.
