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O balde de água quase congelada no PL e o tiro pela culatra dado por Michelle

A ex-primeira-dama quis tomar as rédeas da situação e desfazer o que já estava posto. O constrangimento não era mais evidente porque as câmeras não focavam nos rostos, mas era perceptível que o discurso de Michelle havia dado beliscões em alguns, como André Fernandes, Alcides Fernandes e Dra. Silvana

Arte: Repórter Ceará

Um evento cheio de aliados. Gente de partidos diferentes, mas que compartilham dos mesmo ideais dividiram o palco do lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) nesse domingo, 30. O que não se esperava era que alguns discursos fossem em confronto direto com o que o PL do Ceará havia decidido.

A fala de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama do Brasil, caiu como uma bomba no meio do Partido Liberal cearense. Seu discurso contrário a aliança da legenda com o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) mostrou o que se suspeitava, mas que não era comentado publicamente: parte da sigla não está satisfeita com essa aproximação e nem a quer. A prova foram as manifestações de “Ciro não” durante o pronunciamento de André Fernandes. Há quem diga que os gritos foram de “esquerdistas infiltrados no evento”, o que não faz sentido do ponto de vista ideológico, já que não havia espaço para isso no local.

Michelle foi contundente. Soltou um “não dá” para a aliança após ressaltar que elogia André, Carmelo, Silvana e outros nomes do PL, Ceará a fora. Em todos os momentos que esteve com a palavra, ressaltou a necessidade de unidade em nome de Eduardo Girão e frisou, na foto em grupo, que ela era para ser colocada no banheiro, uma forma sutil de dizer: Lembrem-se sempre disso.

A ex-primeira-dama quis tomar as rédeas da situação e desfazer o que já estava posto. O constrangimento não era mais evidente porque as câmeras não focavam nos rostos, mas era perceptível que o discurso de Michelle havia dado beliscões em alguns, como André Fernandes, Alcides Fernandes e Dra. Silvana, todos entusiastas e articuladores da costura que uniu PL e Ciro Gomes.

André se defendeu depois e afirmou que o acordo tinha o aval de Bolsonaro, o que, se Michelle não sabia, passou a saber agora. E se sabia, ignorou completamente.

O fato concreto é que o material foi fartamente utilizado pelo bloco governista, que usou dos mais variados termos para classificar o momento: “cobra engolindo cobra”, “o mal a si mesmo destrói”, “já acabou o amor?”. Tudo isso ainda renderá posts variados nas redes sociais, até a eleição e após ela, como tem acontecido contra Ciro.

Michelle jogou um balde de água quase congelada no PL e acertou um tiro pela culatra, dando munição de sobra para que o grupo governista desacredite da força da aliança, que alguns já afirmavam existir certas fissuras. Pois bem! As fissuras se mostraram rachaduras maiores do que se poderia imaginar.

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